terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Entre confetes e serpentinas

O coração acelera. O corpo é tomado por uma resistência tão grande que desconsidera a idade e o tempo de ócio. Dá vontade de abraçar, de encontrar, de perdoar, de viver. Tudo ganha cores, sabores, música e luz. Meu corpo ainda está cansado. Mas meu coração é tomado diariamente por uma saudade. Saudade do brilho e da alegria. Ainda bem que me resta essa saudade.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Intervalo para o almoço

Ando meio feliz, meio entristecida e muito reflexiva. São tempos duros, nos quais algumas alfinetadas vêm me mostrando o que fui e o quanto isso deixou marcas, que eu nem esperava encontrar. Mesmo em pessoas que pareciam entender o meu jeito e o que estava por trás do mesmo.” Aparecer”... sempre me disseram que eu gostava de aparecer. Até admito isso. Não que o aparecer fosse o objetivo final de tudo que fazia, mas, de alguma forma, isso dava sim prazer. Sempre gostei de falar... o silêncio, quando a professora já no primeiro dia de faculdade perguntava quem ia deixar o material na Xerox, me incomodava muito. Eu esperava alguns segundos e não segurava o “eu deixo”. Sempre fui de ter iniciativa. Cresci em uma família assim. Aprendi a ser assim. Passei a faculdade toda escutando lorota de amigos que diziam que, desde o primeiro momento, eu queria aparecer. Ultimamente, venho pensando mais sobre isso e se, em algum momento, isso fez com que eu passasse por cima de alguém. Não consegui, mesmo depois de pensar bastante, identificar isso. Pelo contrário, identifico pessoas que pegaram carona no meu bocão, quando não conseguiam defender uma idéia sua. Ou ainda, que pegaram carona na minha velocidade e começaram a caminhar mais rápido. E que bom que isso aconteceu. Afinal, jamais gostei de caminhar sozinha. De uns tempo para cá, exercito “aparecer” menos, em todos os sentidos. Porque paguei caro por esse “aparacer”. Os (maus) olhos, as más energias, a difamações... procuro, por exemplo, estar em espaços profissionais de uma forma tranqüila. Sem me preocupar em ter visibilidade, em ser eleita delegada de uma conferência, em ser a melhor nisso ou naquilo. Na verdade, sinto mesmo que há um tempo vivo a tranqüilidade de, simplesmente, ser... e levar a minha vida sendo... nos valores que acredito, com as pessoas que acredito. Estando perto o quanto é possível, procurando sempre compreender mais antes de criticar e, quando minha língua se torna maior que minha boca, tentando voltar atrás, me desculpando, mas reafirmando a minha condição de verdade... de ser verdadeira. É isso que me faz estar também “meio feliz”. É por me reconhecer assim que, hoje, escolho seguir. Seguir dando menos importância a pessoas que me aprisionem num lugar que não me pertence, falando de alguém que não sou eu... mesmo que esse “dar menos importância” doa muito, já que me refiro a pessoas que já foram tão importantes. Agora sim, já menos entalada... vou almoçar!