quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Eu aceito, eu quero, eu acredito... eu quero!



Eu aceito comprar um pijama mais quente para os dias que você demorar a chegar, porque a sua chegada é melhor do que qualquer outra presença, mesmo quando, por estar dormindo, não lembro. Eu aceito seus descuidos, desde que, como ontem e como hoje, você também me surpreenda com os seus cuidados. Eu aceito os seus esquecimentos, desde que você aceite os meus planos (e também que eu planeje por-com você!). Eu quero as suas ligações na hora do almoço, só para saber como está o meu dia. Eu quero seus carinhos despretensiosos, quando estou estressada, “enviando um e-mail para Benedito”. Eu aceito dividir as suas responsabilidade, desde que você também aceite dividir comigo as minhas e as nossas. Eu quero sua pizza de frigideira, porque é muito melhor do que a minha. Eu aceito o seu cabelo grande e seu pitó, desde que você aceite os meus quilos a mais e tenha paciência com minhas inúmeras tentativas de emagrecer. Sim! Eu aceito comprar coisinhas gostosas para você comer, desde que, ao menos à noite, você não me deixe nem sentir o cheiro delas. Eu aceito (e quero!) passar o resto da vida sem comer carne e ensinar aos nossos filhos o quanto ela não é necessária. Eu quero compartilhar posicionamentos e discordar, me encantando com a nossa capacidade de discordar e de amar. Eu acredito em nosso “nós”. Eu quero ser com e para você, mesmo que em alguns dias eu pareça tão apocalíptica e intolerante.

Capítulo 5: da rede para os sonhos.




Da rede, o cochilo. Do cochilo se fez finita a eternidade. Passaram-se dias, meses, anos, no balanço dos filmes que Flora assistiu durante aquele longo sono. Filmes que ela protagonizou ou teve o desejo de assim fazer; filmes que remetiam a um nós dois, estranhamente vivido ou, em alguns momentos, não vividos. Ela se deliciou e, talvez por isso, não quis acordar. Só lhe restavam os filmes nos sonhos deste longo sono.

O mais bonito deles se deu em Brasília, na áspera e “encardidinha” Brasília. Chovia e eles eram apenas pontos de uma imensidão de pessoas, de desejos e também de sonhos. Mas eles se encontraram numa noite, iluminada por uma linda lua, naquele espaço já tão familiar. Nesse dia, tomaram sopa, na Brasília dos bares que fecham cedo. Depois da sopa, cerveja clandestina. E, como num passe de mágica, a cerveja se fez dia. O dia fez dos dois ainda mais “dois”, no caminho de ser um. Se Flora visse o seu sorriso, enquanto sonhava, teria a dimensão de quanto aquele sonho era para ela sinônimo de felicidade.

Mas foi bom não ver. Assim, o sonho continua sendo sonho e ela não tem a dimensão de que eram lembranças. Aí também ela, certamente, conseguirá deixar que as lembranças continuem adormecidas.

Flora já embarcava para outra viagem (ou filme!), quando Lili docemente beijou o seu rosto, antes de sair para encontrar com Heitor, seu novo namorado. Flora acordou sem sustos e sentindo a paz que há em poder ser. Ser e, de alguma forma, controlar o que não tem que ser; ao mesmo tempo, sentiu que suas escolhas tinham levado sim ao caminho do colo, do beijo, do carinho e de nunca mais estar sozinha... seja com Lili, seja com a cadelinha Nina, seja com Heitor (que parece que ia mesmo integrar a família), seja com as lembranças ou sonhos.


*Apenas mais um capítulo daquela novelinha; um capítulo de tantos que ainda estão represados dentro de mim e na minha vida. E não é cena! É capítulo mesmo! Até porque cada linha poderia virar várias cenas, vários retratos de vida.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Hormônios, óculos ou flor?

Ok. Podem ser os hormônios. Na verdade, essa é a explicação mais fácil. O fato é que na mesma intensidade da tristeza veio a fé e a disposição para a vida. Pode ser também coisa de óculos! Porque realmente tudo depende de como você olha para as coisas. Troquei os meus e vi coisas lindas. Sim, sim... também pode ser coisa de flor! Porque desde que insisti e vi essa flor aí de baixo, do nada, desabrochar parece que alguma coisa mudou dentro de mim e no que conseguia ver fora de mim. Hormônios, óculos, flor... eu estou é gostando!

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cansada!

Hormônios! Deve ser isso! Algo tem que justificar o fato de me sentir imensamente feliz e, na mesma intensidade, pouco tempo depois, triste! Algo tem que justificar o fato de ter a certeza que ele é o homem da minha vida e no outro dia ter a certeza que, mais cedo ou mais tarde, vou me separar. Algo tem que me fazer entender como minha mãe sai da melhor para a pior mãe do mundo em um estalar de dedos.

Ontem senti vontade de morrer. Pode parecer exagero. Hoje, quando menstruei (pela segunda vez no mês!), vi, mais uma vez, que podiam ser os danados dos hormônios. Fiquei pensando que a minha vida deveria ter parado no momento que estava plenamente feliz. Porque vivi isso e não foi só por um dia! Acho mesmo que seria mais justo!

Por que preciso assistir a ele esquecendo de cuidar de mim? Por que preciso sentir, a cada dia, que a nossa leveza ficou lá atrás e que talvez, com tanto peso, não haja futuro para nós? Por que preciso assistir a minha mãe deixando de ser exemplo de absolutamente tudo e passando a ser tão displicente diante do que sinto e do que sou? Por que precisei deixar de ser amiga de pessoas que já foram tão importantes e sofrer tanto com o que elas vem fazendo e falando sobre mim?

Morrer antes seria sim uma alternativa. Mas há um tempo atrás! E o que fazer hoje? Chorar? Ok! Esperar a menstruação passar? Talvez... ou talvez também esse só seja um belo pretexto para justificar todas as minhas insatisfações e continuar, de alguma forma, convivendo conformadamente com elas.

Sinceramente, minha vontade não é mais morrer. É sumir! É ir para um lugar onde eu possa tirar o meu coração e minha cabeça... botar eles para descansar. Poderia congelar, como nos filmes, e voltar depois, paradoxalmente, quente. Quente como já não é. Como já não sou. Sinto mesmo é que estou cansada.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Das reflexões mais doloridas.

http://www.youtube.com/watch?v=cHptK8k8VkQ&feature=player_embedded

domingo, 2 de janeiro de 2011

Não são planos. São desejos!

Que 2011 passe devagar, porque estou mesmo com a sensação de estar envelhecendo e isso ainda não é tranqüilo.

Que possamos nos encontrar em festas pelas manhãs, porque à noite já estamos bem e no outro dia não sentimos mais um pingo de ressaca. Podem ser sambas... no morro ou pelo menos perto de pessoas com energias tão boas quanto as de lá.

Que em 2011 sintamos mais a presença do que as ausências, porque não há nada mais doloroso do que esperarmos de algumas pessoas uma atenção ou um querer bem que não pode ser oferecido, ou sentido.

Que em 2011, possamos sentir prazer nas coisas simples (como escrever no blog e me divertir, enquanto Lucas e Gabi morrem de rir, assistindo vídeocassetada).

Que consigamos ver mais os lados bons do que os ruins. Se há uma sensação boa de final de ano que acho mesmo que devemos levar para o ano todo é otimismo.

Sejamos otimistas!

Planejando 2011, ou não!

Como não planejar 2011, se eu não consigo ficar sem planejar as próximas horas? Como viver sem minimante pensar nos passos que precisarei dar? Estou pedindo ajuda e tentando respirar mais antes de pensar nas próximas horas, nos próximos dias, nos próximos anos. Talvez, ter escolhido Lucas para dividir a vida comigo tenha sido uma iniciativa importante. Mas sinto que o meu movimento, até hoje, foi mais de enquadrá-lo do que de aprender com ele a respirar. É que acho que a falta de planejamento o angustia demais. Talvez, com ele, seja exatamente o inverso... porque o não planejar, em excesso, também pode ser muito ruim. Agora, escrevendo, começo a perceber que o problema pode apenas ser pensar demais. Isso! Afinal, desde que o meu cunhado disse que eu precisa planejar menos, não paro de pensar em planejar ou não planejar. Ai, ai... tem horas que nem eu me agüento!!!