quinta-feira, 30 de julho de 2009

Um pedaço de mim...

Lembrei do dedo de Turla cortado, que eu ajudei a cuidar e a acalmá-la; do pé da minha sogra cortado, que eu limpei o sangue, fiz o curativo; do meu sogro internado e eu entrando na UTI para segurar a sua mão e tranqüilizá-lo; do acidente de trânsito com Cintia, das nossas risadas e da nossa foto no safety car; do falecimento da mãe de Liu, no dia que eu cheguei para visitá-la, e de como cuidei de tudo, desde de vestí-la, até o velório e o consolo da família; lembrei dos incêndios que apago diariamente no albergue, com toda calma do mundo... e por que vem sendo tão difícil agora? Onde está a minha força? Todas essas coisas foram mais fáceis porque, embora se tratasse de pessoas muito queridas, eram coisas fora de mim. Descobri ao final disso tudo que Lucas é um pedaço de mim. Talvez, o mais importante deles. E como é difícil não conseguir proteger esse pedaço e evitar tanta dor.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pernambucano em São Paulo

Só uma obervação...
Incrível como em toda esquina encontramos um pernambucano em São Paulo. Já senti isso no Rio. Isso poderia soar como algo extremamente positivo, uma vez que estamos em cidades mais desenvolvidas. Mas onde estão meus conterrâneos nesse desenvolvimento? Dirigindo um táxi, um fogão... servindo comidas num bar. Quais os custos dessa migração? Como aceitar esse lugar de subimissão em troca de tantos outros não-lugares? Difícil imaginar e me colocar no lugar dessas pessoas. Mas uma coisa é certa.... elas me dão mais certeza de que Recife é o meu lugar.

03:07

Coração apertado, depois de receber um torpedo de insônia do meu amor e ousar falar com ele, ao telefone. Só para escutar sua voz lentificada, seus lamentos... tentar dar um conforto, a ele e ao meu coração apertado. Sozinha, num aeroporto quase vazio, mas com pessoas suficientes para olharem tronxo a cada espirro meu. Como se fosse novidade do porco Edna espirrando todos os dias (à noite e início dos dias!); ainda mais num ar condicionado gelado. Na companhia de Sara Tavares, escrevo, sem raciocinar direito; escrevo apenas para diminuir um pouco a ansiedade de colocar meus pés em Recife e meus braços no Amarelo. Mais uma vez volto de uma viagem com planos. Dessa vez, planos menos fúteis. Volto quebrando a cabeça... como construir uma vida mais autêntica? Mais bem vivida? Como conseguir fazer um bem diário a todas as pessoas que me fazem bem? Volto querendo ser um pouco melhor e fazer um pouco mais de bem a pessoas que amo tanto.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Medo de perder


Acordei, no frio de Santa Bárbara D’oeste, depois de uns sonhos meio tumultuados. Olhei para o celular e vi que Lucas não tinha enviado a mensagem dizendo que havia chegado em casa. Achei estranho, porque ontem de noite falei com ele e pedi para ele ser mais atencioso com as notícias, tendo em vista que estávamos longe. Ele prometeu que faria isso e, perto de 2h da madrugada, ligou dizendo que viajaria às 04h, para pegar a estrada já no claro.

Por volta de meio dia, mainha liga dizendo que Lucas sofreu um acidente. Disse que teve uns cortes na boca, mas que estava bem. O ônibus que ele vinha de Garanhuns virou. Na hora, senti um aperto que jamais senti na vida. Desabei no choro, com a certeza de que não estava nada bem.

Nesses poucos instantes, passou um filme na minha cabeça de tudo que vivemos e, sobretudo, de tudo que queremos viver. Pensei nas nossas brigas bobas, nas noites que dormimos chateados um com o outro. Veio uma culpa. Um medo de não ter mais a chance de viver tantas coisas.

Liguei para o celular dele, desesperada. Foi quando meu sogro atendeu o celular. Não acreditei em uma palavra do que ele disse, até falar com Lucas, ouvir sua voz. A voz do meu amarelinho! Como sempre, ele tentava me tranqüilizar, dizer que estava bem, que estava tranqüilo. Meu marido lindo, que cuida de mim até quando é ele que precisa ser cuidado.

Eu só queria que ele não tivesse sofrido. Fiquei imaginando o seu desespero com o sangue da boca escorrendo... froxo que nem ele é! Fiquei imaginando o susto que ele levou, o medo que ele teve. Daria qualquer coisa para que ele não sofresse. Passaria por qualquer coisa em seu lugar.

Hoje tive a exata noção que todas as dificuldades que passamos são pequenas e vi como o nosso amor é grande. Como não há nada mais importante do que a vida que estamos construindo e como minha felicidade está tão ligada a dele.

Passei parte da tarde no computador, tentando confortá-lo (e me confortar) à distância. Vendo como estava seu rostinho, escutando a sua voz... Tentando convencê-lo do quanto é importante e do quanto estaremos juntos, vendo e fazendo tudo ficar bem.

Depois do desespero, estou é cheia de vontade de chegar em Recife, celebrar o amor e a vida.

sábado, 18 de julho de 2009

Lenine

Fico me perguntando por que gosto tanto de Lenine. Não sou uma pessoa de ídolos. Jamais colecionei recortes de cantores, artistas... para não dizer que nunca gostei muito de um, lembro de na minha adolescência chorar, ouvindo Lulu Santos.

Tinha uma fita cassete de um show do disco “O último romântico”, com Milton Guedes tocando tudo. Era mesmo de fazer chorar. Mas, depois que ouvi Lulu Santos falando do nordeste, desanimei. Achei ele um verdadeiro merda e não consegui escutar mais as músicas dele com a mesma emoção.

Nessa trajetória de poucos ídolos, lembro de algumas amigas adorando Los Hermanos e outras bandinhas nesse estilo. Jamais me encantou. Sentia que as músicas me deprimiam, me faziam lembrar do pior. Um horror! Escutar música para chorar é dose! Prefiro chorar sem trilha sonora.

O mais surpreendente é que o meu encontro com Lenine foi num momento muito propício a choros. Eu tinha terminado um namoro, longo e conturbado. Acho que era a milésima vez que terminava e não foi a última. Fui com um casal de amigos para o Palco Pernambuco. Um show histórico, que trouxe Gabriel O Pensador, Lenine e Arnaldo Antunes. Acho que foi isso. E lembro exatamente da sensação que tive ao escutar Lenine naquele dia.

Apesar da fossa, a sensação não foi de fossa! Muito pelo contrário! Lembro de fechar os olhos, dançar e me sentir bem. Cantava as músicas e voltava a me ver como uma mulher bonita, como interessante... todas as coisas que num final de namoro você não se acha.

“Hoje eu quero sair só” ... “Só você, que é todas elas juntas num só ser”....

Foi revigorante! E, desde então, Lenine está na minha vida, sempre com essa função: revigorar! E revigora! E, para ele, eu grito: liiiindo! Até porque daria muito trabalho sintetizar isso tudo que escrevi nesse post numa frase só. Agora no FIG tentei o grito “taletoooooso”. Não foi legal! Continuarei gritando “liiiindo” e esperando o dia que poderei abraçá-lo... e agradecer pela revigorante companhia.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Receita pretexto!




Você pega duas cebolas médias, rala e coloca para dourar, num azeite bem gostoso (de preferência aquele cítrico... Andorinha Citrus). Depois você acrescenta um alho, cortado bem pequenininho. Quando estiver com aquele cheirinho delicioso, você coloca 400 gramas de camarão médio (cozido e sem casca), 300 gramas de polvo (também já cozido) e 300 gramas de salmão (cru e após ficar um tempinho no sal e limão). Deixa dourar, acrescenta ervas finas (aquelas que já vendem misturadinhas), tampa a panela (que deve ser bem grande), mexendo de vez em quando. Toda vez que estiver parecendVocê pega duas cebolas médias, rala e coloca para dourar, num azeite bem gostoso (de preferência aquele cítrico... Andorinha Citrus). Depois você acrescenta um alho, cortado bem pequenininho. Quando estiver com aquele cheirinho delicioso, você coloca 400 gramas de camarão médio (cozido e sem casca), 300 gramas de polvo (também já cozido) e 300 gramas de salmão (cru e após ficar um tempinho no sal e limão). Deixa dourar, acrescenta ervas finas (aquelas que já vendem misturadinhas), tampa a panela (que deve ser bem grande), mexendo de vez em quando. Toda vez que estiver parecendo seco, acrescenta o azeite cítrico. Pronto. É só preparar a massa... qualquer uma “grano durum”. Eu prefiro penne! Mistura tudo e coloca na mesa. Está aí a receita pretexto... pretexto para reunir pessoas queridas e cultivar as melhores energias! Rápida e gostosa! O “efeito” está nos nossos sorrisos!

quarta-feira, 1 de julho de 2009

10 de maio?

10 de maio? A ausência de escritos lembra-me a dificuldade de cumprir aqueles compromissos meus comigo mesma. Porque vontade de escrever e histórias para contar, não faltaram! Mas, como não há prazo, não há punição, não há nota... esse compromisso parece sempre ser menos importante. Mas hoje assisti um filme e senti que, sem querer, fiz um carinho em mim, lembrando com ele de tantas histórias bonitas que já pude viver: O Curioso Caso de Benjamim Button. Vale à pena. Sinto-me acarinhada... vontade de abraçar o mundo! Quis registrar um pouco desse sentimento aqui!