domingo, 10 de outubro de 2010

Capítulo 4: na rede...

O sol estava quase se pondo. Para ela, essa era a hora mais bonita do dia. Era também a melhor hora para pensar na vida e, por trás da tranqüilidade e silêncio daquele momento, ela se balançava e conversava com os seus próprios pensamentos. E, dentro dela, ria alto – um riso de felicidade, alívio. Agora sim, havia um quê de libertação. Flora já aprendera que algumas histórias, realmente, não tem fim. Ela demorou a entender porque o não ter fim não queria dizer que continuava. Estranho , mas na vida parece mesmo que é assim: não é preciso o “the end” para as luzes se acenderem, levantarmos da cadeira e voltarmos para as nossas casas, para o lugar de onde saímos.

Depois da carta entregue e da resposta dele podia-se imaginar que haveria outros encontros. Não houve. A conversa prometida nunca aconteceu. Ou, ao menos, não aconteceu materialmente. Mas o tempo e os acontecimentos mostraram que não havia mais nada a ser dito, que remetesse aquele passado confusamente vivido.
O sol se pôs e ela simplesmente cochilou, na tranqüilidade de quem está em paz consigo e com a vida.

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