quarta-feira, 2 de março de 2011

O meu lugar no mundo

Está cada dia mais claro para mim qual é o meu lugar no mundo. Se eu respirar e apenas procurar perceber os movimentos, o que vem até mim, constato facilmente. O meu lugar é do lado das pessoas que sofrem, muitas vezes, sofrendo para que elas sofram menos. E o sofrimento deve ser aqui entendido em suas distintas dimensões e complexidades. É o sofrimento de quem perdeu alguém querido ou de quem está se sentindo perdido na vida; é o sofrimento de quem deixou de acreditar nas pessoas ou de quem insiste em ser pessoa, mesmo diante de tantas adversidades. É o sofrimento daqueles que tiveram seus direitos violados, de tantas formas. É o sofrimento de quem tenta voltar para o eixo, para o seu próprio eixo. Constatei que o meu lugar era esse após a análise de alguns anos e dos últimos eventos da minha vida. E acho que tem e não tem a ver com ser psicóloga. Talvez ser psicóloga seja uma decorrência; escolher trabalhar com psicologia social, seja outra! Tenha uma amiga que diz que é porque eu sei cuidar. Duvido que exista esse “saber cuidar”. Mas é certo que venho dando um pouco de mim para essas pessoas. E, quando você se dá, parece mesmo que se multiplica, se fortalece. Quando as pessoas são próximas demais, tudo se torna mais difícil. Teve uma pessoa que, além de reconhecer esse meu lugar, me disse que eu tinha que me preparar emocionalmente para ele. Mas como fazer isso? Ainda não sei. Mas sei que é necessário. Porque tem hora que os pesos dos outros se juntam aos seus e a sensação é a mesma que está de pé, afundando.

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