sexta-feira, 3 de junho de 2011

Em casa...

Foi aqui que tudo começou. O sonho de ter uma casa, de construir uma vida compartilhada. Ela deixou de ser menina para ser mulher. Ele a viu crescer demais e fez o que pôde para caminhar com ela. Para ela, era a primeira vez. Saia de casa, assumia responsabilidades, tomava as rédeas da vida. Ter uma casa era muito mais do que ter um marido.Era a consagração de ser mulher, adulta, independente. Mas ter um marido também era algo importante. Ser feliz com ele? Mais ainda.

Desde a adolescência, quando ela viu o casamento dos pais desmoronar, ela traçou um caminho diferente para ela. Teria que dar certo e por que não ser para sempre? Eles se sentiram escolhidos um pelo outro e por alguma energia que fazia da vida mais vida, quando eles estavam juntos.

Ela amou de forma desmedida e depositou um pouquinho de amor em cada canto dessa casa. Fez da casa um lar, no lar construiu uma família. A sua família. Um sonho, dos mais bonitos... igual ao que foi planejado, lá na dita adolescência. Só faltou uma coisa: o para sempre. O para sempre durou quatro anos. A casa foi lar por dois anos. Agora o desafio é que a família continue sendo família.

Hoje, ela olhou com cuidado ao redor. Sentou no sofá e encheu a cabeça de lembranças. Chorou porque, de repente, voltou a se ver como menina. Mas riu. Riu porque a sensação de ter vivido intensamente traz uma dose de alegria, mesmo quando ainda há um aperto no peito.

Organizou a mudança e olhou pra frente. Ao olhar, encontrou novas paisagens e novos começos. Se sentiu muito cansada, mas viu uma mão estendida,sentiu um abraço apertado e resolveu, com uma certa dose de esforço, seguir.

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