Mudando...
no gerúndio da mudança, que começa em mim, passa pelos outros, termina e recomeça em mim...
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
sábado, 13 de agosto de 2011
Sobre ela e o coração.
Não havia porque se queixar da vida. Afinal, tinha memória e jamais esqueceria o quanto foi feliz. Ela amou sim, em uma intensidade que nem nos mais bonitos sonhos de infância pôde imaginar. Amou e se sentiu amada. Nunca esquecerá daquela manhã de domingo, do quanto e de como batia o seu coração. Batia tanto que parecia que ia sair correndo e saltitando de tanta alegria. Tudo convergiu e fez daquele dia o dia mais especial que pôde viver. E, por mais que questione o que houve de verdade em tudo, o que ela sentiu foi verdadeiro. Até voltou acreditar em Deus e teve a sensação de ser escolhida. Por ele e por Ele. Escolhida para amar e, simplesmente, ser feliz. É certo que o amor foi proporcional a dor que a acometeu quando “a manhã que nasceu com gosto de pra sempre” se fez noite, quando o “sol amarelin” se fez chuva. Ele trocou de roupa e jogou a roupa antiga na lata do lixo. Ele: o amor. E, diante disso, o coração que pulsava, depois da dor, foi tomado por uma anestesia que nunca neste mundo se viu igual. Coma induzido, daqueles que nada se sente, nada se vê. A moça não desistiu e continuou conversando com ele. Ele: o coração. Dizem que, mesmo quando se está em coma, é possível escutar e sentir as coisas. Foram noites em claro. Tinha dias que parecia que ele a escutava, se mexia um pouco e ameaçava voltar a bater de uma forma mais acelerada. Mas foram só espasmos. Era o início da morte e ela sabia que ele tinha que morrer. Ela: a moça. O coração, finalmente, parou de bater, em uma tarde de quarta-feira, e a moça, já cansada da luta diante do coma e ainda anestesiada, dessa vez, não chorou. Pegou-o carinhosamente e guardou em uma caixa, onde já havia outras coisas bem importantes: uma lágrima da sua mãe, um sorriso de uma amiga, um antigo amor, a dor de um desconhecido e uma aliança com o mundo. Agora, entre as coisas importantes, havia também um coração. Morto, porém, ainda assim, era um coração. E quanto tempo duraria essa morte? A moça não sabia ao certo. Mas, naquele momento, com o coração morto e a cabeça tranquila, deitou-se e, finalmente, conseguiu descansar.
quarta-feira, 20 de julho de 2011
...
Eu entro no prédio já olhando se o carro está na garagem. Se não está, respiro aliviada. Ninguém em casa, além de mim, meus pensamentos e Lulu.
Como posso ter perdido tudo em tão pouco tempo? Onde está a minha casa, a minha vida e o meu confortante silêncio?
Hoje, sonhei que estava em casa, cozinhando para mim e para ele, há alguns meses atrás. Cozinhei, comemos e deitamos no sofá. Corremos para cama para fazer umas das coisas que melhor fazíamos juntos. Depois, ele saiu e eu fiquei para estudar. Estudei, dormi e acordei apenas com o seu pezinho, já tarde da noite.
Quando acordei, no sonho, ainda estava dormindo. Que pena ter acordado... que pena ter interrompido a tranquilidade que já não sinto há tanto tempo.
Queria de volta? Talvez, ele não... mas a tranquilidade, com certeza!
Como posso ter perdido tudo em tão pouco tempo? Onde está a minha casa, a minha vida e o meu confortante silêncio?
Hoje, sonhei que estava em casa, cozinhando para mim e para ele, há alguns meses atrás. Cozinhei, comemos e deitamos no sofá. Corremos para cama para fazer umas das coisas que melhor fazíamos juntos. Depois, ele saiu e eu fiquei para estudar. Estudei, dormi e acordei apenas com o seu pezinho, já tarde da noite.
Quando acordei, no sonho, ainda estava dormindo. Que pena ter acordado... que pena ter interrompido a tranquilidade que já não sinto há tanto tempo.
Queria de volta? Talvez, ele não... mas a tranquilidade, com certeza!
segunda-feira, 4 de julho de 2011
Junho
Junho passou. Foi embora e deixou agulha e linha: “costura aí! Agora é contigo!”. O dia 15 passou leve ou, pelo menos, com mais boas lembranças do que ruins. A sensação era que não havia mesmo pelo que se arrepender. Vivemos. Vivemos bem e, quando passamos a viver mal, resolvemos continuar a viver bem, só que não mais juntos.
O dia 18 foi esquisito. Tive atividade do PT. Dela, fugi para praia, sozinha. Olhei o mar, pensei na minha vida. Deu uma tristeza, mas veio também uma certeza de que ela ia passar. Entrei no mar, com uma certeza que a minha vida estava mudando, as águas estavam correndo, como as águas daquele mar.
O dia 20 foi o mais difícil. A lembrança dos últimos dias 20 foi muito forte e a exata certeza que no ano passado já não éramos casal doeu em mim. A gente já tinha se despedido. Construí uma festa surpresa, para os 30 anos dele. Tentei fazer tudo que ele gostava e sei do quanto se divertiu. Mas não nos divertimos juntos. Não temos sequer uma foto juntos. Ele já tinha desinvestido e eu lembro bem do quanto senti isso, do quanto fiquei triste, ao final daquele dia.
Nem imaginava que o dia 20 seria o mais difícil. Bateu tristeza, desespero e desejo inconsequente de uma volta... uma volta desesperada, mesmo sabendo que não havia mais para onde voltar. Ainda bem que a volta não se concretizou e que o desespero não durou mais do que dois dias.
O mês foi embora com um show de Chico César. Ele foi bonzinho comigo e não cantou nem metade das músicas “proibidas”. Apesar da animação ser a mesma, ele mostrou que o show, as músicas, as companhias... tudo pode mudar. Tudo está mudando.
Episódios desagradáveis, ameaças e grosserias fecharam o mês de junho dos infernos. Ficou a certeza que o potencial de construção que temos é tão grande quanto o potencial de destruição. Nos destruímos e, além disso, destruímos um sentimento muito bonito. E com isso não me conformo. Tento, mas não me conformo.
Eu queria mesmo que as pessoas pudessem simplesmente sair da vida do outro, sem tentar apagar toda a história. Porque tem coisa que não apaga. Quando você tenta fazer isso, acaba manchando. Você perde a imagem e fica a mancha, o borrado. Mas não dá. As pessoas não conseguem fazer isso. Nem eu consigo.
Não quero mais. Agora, depois de tudo que escutei, nem que eu queira não vou. Há um quê de dignidade em mim que diz: se distancie. Dele e de todo mundo que deliberadamente resolve lhe fazer mal.
Fica uma tristeza, que só é amenizada pela certeza de que o mês terminou e que com ele uma página realmente foi virada. Foi sim. Julho já chegou e chegou diferente dos dois últimos anos. Estava lembrando... em 2009 vivi o acidente de Lucas e todas as implicações dele. Em 2010, perdi Chele e vivi todo sofrimento decorrente disso, ao lado de Liu. Mas agora, em 2011, o mês de julho começou com vida.
Nasceu Ana Ester, filha de Agna, minha sobrinha de coração. Ontem fui vê-la e tive que esconder de Liu a emoção de pegá-la no braço e, mais uma vez, me sentir parte daquela família. Só que, agora, celebrando a vida. Ana Ester tocou em mim, na ânsia de viver, no desejo de maternidade... conversei com ela por alguns minutos e tive a certeza de que tudo vai ficar bem. Senti uma paz e uma tranquilidade que há tempos não sentia. Parecia que ela estava cuidando de mim, segurando o meu coração. E, depois da conversa (e dos choros!) ao pé do berço, eu segurei ela nos meus braços, me apresentei como sua tia e retribui a tranquilidade que ela me deu.
Que julho seja assim, cheio de vida. Que as barreira e amarras sejam definitivamente destruídas. Que a vida pulse dentro de mim. Que eu consiga olhar para frente e, sobretudo, para o lado. É... tem mesmo muita vida perto e dentro de mim.
O dia 18 foi esquisito. Tive atividade do PT. Dela, fugi para praia, sozinha. Olhei o mar, pensei na minha vida. Deu uma tristeza, mas veio também uma certeza de que ela ia passar. Entrei no mar, com uma certeza que a minha vida estava mudando, as águas estavam correndo, como as águas daquele mar.
O dia 20 foi o mais difícil. A lembrança dos últimos dias 20 foi muito forte e a exata certeza que no ano passado já não éramos casal doeu em mim. A gente já tinha se despedido. Construí uma festa surpresa, para os 30 anos dele. Tentei fazer tudo que ele gostava e sei do quanto se divertiu. Mas não nos divertimos juntos. Não temos sequer uma foto juntos. Ele já tinha desinvestido e eu lembro bem do quanto senti isso, do quanto fiquei triste, ao final daquele dia.
Nem imaginava que o dia 20 seria o mais difícil. Bateu tristeza, desespero e desejo inconsequente de uma volta... uma volta desesperada, mesmo sabendo que não havia mais para onde voltar. Ainda bem que a volta não se concretizou e que o desespero não durou mais do que dois dias.
O mês foi embora com um show de Chico César. Ele foi bonzinho comigo e não cantou nem metade das músicas “proibidas”. Apesar da animação ser a mesma, ele mostrou que o show, as músicas, as companhias... tudo pode mudar. Tudo está mudando.
Episódios desagradáveis, ameaças e grosserias fecharam o mês de junho dos infernos. Ficou a certeza que o potencial de construção que temos é tão grande quanto o potencial de destruição. Nos destruímos e, além disso, destruímos um sentimento muito bonito. E com isso não me conformo. Tento, mas não me conformo.
Eu queria mesmo que as pessoas pudessem simplesmente sair da vida do outro, sem tentar apagar toda a história. Porque tem coisa que não apaga. Quando você tenta fazer isso, acaba manchando. Você perde a imagem e fica a mancha, o borrado. Mas não dá. As pessoas não conseguem fazer isso. Nem eu consigo.
Não quero mais. Agora, depois de tudo que escutei, nem que eu queira não vou. Há um quê de dignidade em mim que diz: se distancie. Dele e de todo mundo que deliberadamente resolve lhe fazer mal.
Fica uma tristeza, que só é amenizada pela certeza de que o mês terminou e que com ele uma página realmente foi virada. Foi sim. Julho já chegou e chegou diferente dos dois últimos anos. Estava lembrando... em 2009 vivi o acidente de Lucas e todas as implicações dele. Em 2010, perdi Chele e vivi todo sofrimento decorrente disso, ao lado de Liu. Mas agora, em 2011, o mês de julho começou com vida.
Nasceu Ana Ester, filha de Agna, minha sobrinha de coração. Ontem fui vê-la e tive que esconder de Liu a emoção de pegá-la no braço e, mais uma vez, me sentir parte daquela família. Só que, agora, celebrando a vida. Ana Ester tocou em mim, na ânsia de viver, no desejo de maternidade... conversei com ela por alguns minutos e tive a certeza de que tudo vai ficar bem. Senti uma paz e uma tranquilidade que há tempos não sentia. Parecia que ela estava cuidando de mim, segurando o meu coração. E, depois da conversa (e dos choros!) ao pé do berço, eu segurei ela nos meus braços, me apresentei como sua tia e retribui a tranquilidade que ela me deu.
Que julho seja assim, cheio de vida. Que as barreira e amarras sejam definitivamente destruídas. Que a vida pulse dentro de mim. Que eu consiga olhar para frente e, sobretudo, para o lado. É... tem mesmo muita vida perto e dentro de mim.
terça-feira, 7 de junho de 2011
04 dias
Eu quero que o sentimento de agora tenha sustentabilidade dentro de mim. Que a tranquilidade sentida neste momento não só dure como também garanta um novo olhar e um novo ritmo para a minha vida.
Depois de quatro dias com amigos, reflexões e planejamentos, fui para o aeroporto, para voltar para casa. Fui de táxi, com o vidro aberto. Vento na cara, cabelos assanhados e sorriso no rosto, refletem bem o que senti e ainda sinto. Eu quero e começo a respirar, a ter vontade de viver. Não quero mais o que me faz mal; o que sei que me faz mal e me impede de crescer. Não admito mais minhas próprias idealizações, que fazem com que eu me frustre a cada momento, quando descubro que as pessoas não são o que sempre achei que fossem.
Eu quero simplesmente viver, sem abdicar de pensar. Pensar sim! Exaustivamente, como venho fazendo. E vá para longe de mim quem acha que não pensar é a melhor alternativa. Eu estou encontrando as minhas respostas e isso só é possível porque ousei pensar e, de certa forma, suportei a dor implicada nisso. Suportei a dor e hoje é o dia do gozo na tranquilidade.
Entendo onde estou, o que está acontecendo comigo e sei mais ainda para onde quero ir. Não é para trás. É para frente. Olhar para trás me deixa saudosa e me faz mergulhar em um encantamento que me cega; que me cegou por tantos anos. Digo logo que não me culpo por isso, porque até cegar é uma experiência importante para valorizar o que há de bom em ver, em enxergar.
Estou determinada e extremamente comprometida com o meu projeto de ser. De ser e de viver o que tantas amarras me impediram. Não responsabilizo ninguém por essas amarras. Eu as construí e, hoje, entendo como eu precisei delas. Mas não as quero mais. Não preciso mais delas.
Foram 04 intensos dias, que começaram no frio, com um abraço quente e terminaram no vento, com previsões e com um sorriso no rosto. A vontade agora, como o vento, é me espalhar, correr, gritar e estar perto das pessoas que me fazem bem. Diante de tantas culpas, a sensação agora é de orgulho do que consegui ser e construir, do quanto respeitei meus princípios, do quanto cuidei do que chamo de amor. Diante dos erros, me orgulho de honestamente ter tentado, de ter investido e sinto que cresci. Tenho orgulho de não ter parado, mesmo quando me vi sozinha e com dificuldades de caminhar. Aí lembro da minha família, da minha mãe e do quanto ela me inspira a ser forte e reagir diante da vida. Ela soube estar do meu lado na medida certa, sem me carregar no colo, mas deixando claro que eu não estou sozinha. Essa lembrança me faz, além de ter orgulho do que sou, ter orgulho de onde vim.
É! No final de todo esse sofrimento (porque sinto que ele está acabando), sem nenhuma modéstia, quero dizer que me sinto uma pessoa bem melhor: mais forte, porque conheço melhor as minhas fragilidades; mais segura do que quero para mim, para minha vida; menos só, porque soube ficar perto e valorizar os amigos que sempre soube que tinha e os que descobri deliciosamente que tenho. Sem falar que ainda me vejo mais bonita, porque mais uma vantagem disso tudo foi emagrecer.
Entendi agora o que um dia li sobre o sofrimento. Li que a dor do sofrimento era a dor da transformação. Eu me transformei ou, na pior das hipóteses, estou me transformando. E a evidência maior disso talvez seja começar a me sentir inteira, na vida, no trabalho, nas relações. Eu estou inteira. Sinto como se estivesse na largada, pronta para iniciar a corrida.
Devagar? Devagar não. Não venham me dizer que tenho que ir mais devagar, porque eu já aceitei o meu ritmo mais rápido. E vou até onde não me fizer mal, fazendo pit stop em sombras gostosas e seguras. Eu sigo e sigo rápido, porque assim sou e porque sei que para várias coisas na vida (na minha e na de outras pessoas) essa velocidade é muito importante.
Certamente, terei parceiros na corrida ou, pelo menos, nos descansos. P-A-R-C-E-R-I-A! Só aceito se assim for. Quero dividir o dia, a vida, os sonhos, os planos. Volto a ter sede de gente, de me deslumbrar com as histórias e me permitir descobertas.
É! Quatro dias podem mudar a vida de uma pessoa? A sensação é essa: mudança! Sinto-me deliciosamente estranha e tomada por uma assustadora vontade de viver.
Depois de quatro dias com amigos, reflexões e planejamentos, fui para o aeroporto, para voltar para casa. Fui de táxi, com o vidro aberto. Vento na cara, cabelos assanhados e sorriso no rosto, refletem bem o que senti e ainda sinto. Eu quero e começo a respirar, a ter vontade de viver. Não quero mais o que me faz mal; o que sei que me faz mal e me impede de crescer. Não admito mais minhas próprias idealizações, que fazem com que eu me frustre a cada momento, quando descubro que as pessoas não são o que sempre achei que fossem.
Eu quero simplesmente viver, sem abdicar de pensar. Pensar sim! Exaustivamente, como venho fazendo. E vá para longe de mim quem acha que não pensar é a melhor alternativa. Eu estou encontrando as minhas respostas e isso só é possível porque ousei pensar e, de certa forma, suportei a dor implicada nisso. Suportei a dor e hoje é o dia do gozo na tranquilidade.
Entendo onde estou, o que está acontecendo comigo e sei mais ainda para onde quero ir. Não é para trás. É para frente. Olhar para trás me deixa saudosa e me faz mergulhar em um encantamento que me cega; que me cegou por tantos anos. Digo logo que não me culpo por isso, porque até cegar é uma experiência importante para valorizar o que há de bom em ver, em enxergar.
Estou determinada e extremamente comprometida com o meu projeto de ser. De ser e de viver o que tantas amarras me impediram. Não responsabilizo ninguém por essas amarras. Eu as construí e, hoje, entendo como eu precisei delas. Mas não as quero mais. Não preciso mais delas.
Foram 04 intensos dias, que começaram no frio, com um abraço quente e terminaram no vento, com previsões e com um sorriso no rosto. A vontade agora, como o vento, é me espalhar, correr, gritar e estar perto das pessoas que me fazem bem. Diante de tantas culpas, a sensação agora é de orgulho do que consegui ser e construir, do quanto respeitei meus princípios, do quanto cuidei do que chamo de amor. Diante dos erros, me orgulho de honestamente ter tentado, de ter investido e sinto que cresci. Tenho orgulho de não ter parado, mesmo quando me vi sozinha e com dificuldades de caminhar. Aí lembro da minha família, da minha mãe e do quanto ela me inspira a ser forte e reagir diante da vida. Ela soube estar do meu lado na medida certa, sem me carregar no colo, mas deixando claro que eu não estou sozinha. Essa lembrança me faz, além de ter orgulho do que sou, ter orgulho de onde vim.
É! No final de todo esse sofrimento (porque sinto que ele está acabando), sem nenhuma modéstia, quero dizer que me sinto uma pessoa bem melhor: mais forte, porque conheço melhor as minhas fragilidades; mais segura do que quero para mim, para minha vida; menos só, porque soube ficar perto e valorizar os amigos que sempre soube que tinha e os que descobri deliciosamente que tenho. Sem falar que ainda me vejo mais bonita, porque mais uma vantagem disso tudo foi emagrecer.
Entendi agora o que um dia li sobre o sofrimento. Li que a dor do sofrimento era a dor da transformação. Eu me transformei ou, na pior das hipóteses, estou me transformando. E a evidência maior disso talvez seja começar a me sentir inteira, na vida, no trabalho, nas relações. Eu estou inteira. Sinto como se estivesse na largada, pronta para iniciar a corrida.
Devagar? Devagar não. Não venham me dizer que tenho que ir mais devagar, porque eu já aceitei o meu ritmo mais rápido. E vou até onde não me fizer mal, fazendo pit stop em sombras gostosas e seguras. Eu sigo e sigo rápido, porque assim sou e porque sei que para várias coisas na vida (na minha e na de outras pessoas) essa velocidade é muito importante.
Certamente, terei parceiros na corrida ou, pelo menos, nos descansos. P-A-R-C-E-R-I-A! Só aceito se assim for. Quero dividir o dia, a vida, os sonhos, os planos. Volto a ter sede de gente, de me deslumbrar com as histórias e me permitir descobertas.
É! Quatro dias podem mudar a vida de uma pessoa? A sensação é essa: mudança! Sinto-me deliciosamente estranha e tomada por uma assustadora vontade de viver.
segunda-feira, 6 de junho de 2011
“Viva. Aproveite a sua vida”.
Por favor, ao escutar, não sinta nessa frase nenhum carinho. Principalmente, quando ela é dita por um ex-namorado seu. Parece um comando. A pessoa que lhe diz para viver acha que você não está vivendo. A pessoa que diz aproveite a sua vida acha que você não está aproveitando. E, do alto de um pedestal, diz isso com uma autoridade que nunca será condizente com o lugar dele na sua vida.
Se considerarmos que viver e aproveitar a vida são “conceitos” extremamente subjetivos, talvez isso diminua um pouco a aridez deste comando. De fato, a forma como você está vivendo pode não ser a forma como esse ex entende que é viver e, mais uma vez, aproveitar a vida. Mas quem é ele para dizer a você como fazer isso?
O fato é que eu escutei e decidi que N-U-N-C-A direi esta frase para alguém. E tenho, para tomar essa decisão drástica, alguns bons motivos. Primeiro, a única forma de você não viver é morrer e, se a pessoa está de corpo presente para escutar esta frase, é porque ela não morreu. O segundo motivo, extremamente ligado ao primeiro, é que, independente do conceito de viver, uma coisa é certa: uma vez vivo, cada um vive como pode. E, portanto, não cabe nenhum tipo de julgamento sobre se se está vivendo ou não. O terceiro motivo vem do “aproveite a vida”. Não dá para mandar ninguém aproveitar a vida sem falar no que se entende por isso. Trata-se de uma frase vazia, em qualquer circunstância. Por ser vazia, no meu caso, em especial, essa frase se encheu das marcas do que foi vivido e me remeteu a práticas promíscuas, no que ele entende por aproveitar a vida. Práticas que, desde que resolvi crescer, não estão no meu horizonte e no meu conceito de aproveitar a vida. Saindo do meu caso, de toda forma, por ser uma frase vazia, ofende porque denota uma postura autoritária de alguém que quer lhe imprimir uma forma de aproveitar a vida.
Espero que os meus motivos tenham ficado claros o suficiente para você também não falar essa frase para ninguém. Este tipo de corrente (quem ler esse texto não fala essa frase nunca mais na vida) seria muito mais pertinente e traria bem mais benefícios às relações do que àquelas que a gente recebe por e-mail. Para concluir, acrescento: pior do que escutar “Viva. Aproveite a sua vida” só há uma outra frase: “eu quero que você se cuide”. Ou, para lascar tudo de vez, diz-se para os amigos: “por favor, cuidem dela”. Ah! Me poupe!
Se considerarmos que viver e aproveitar a vida são “conceitos” extremamente subjetivos, talvez isso diminua um pouco a aridez deste comando. De fato, a forma como você está vivendo pode não ser a forma como esse ex entende que é viver e, mais uma vez, aproveitar a vida. Mas quem é ele para dizer a você como fazer isso?
O fato é que eu escutei e decidi que N-U-N-C-A direi esta frase para alguém. E tenho, para tomar essa decisão drástica, alguns bons motivos. Primeiro, a única forma de você não viver é morrer e, se a pessoa está de corpo presente para escutar esta frase, é porque ela não morreu. O segundo motivo, extremamente ligado ao primeiro, é que, independente do conceito de viver, uma coisa é certa: uma vez vivo, cada um vive como pode. E, portanto, não cabe nenhum tipo de julgamento sobre se se está vivendo ou não. O terceiro motivo vem do “aproveite a vida”. Não dá para mandar ninguém aproveitar a vida sem falar no que se entende por isso. Trata-se de uma frase vazia, em qualquer circunstância. Por ser vazia, no meu caso, em especial, essa frase se encheu das marcas do que foi vivido e me remeteu a práticas promíscuas, no que ele entende por aproveitar a vida. Práticas que, desde que resolvi crescer, não estão no meu horizonte e no meu conceito de aproveitar a vida. Saindo do meu caso, de toda forma, por ser uma frase vazia, ofende porque denota uma postura autoritária de alguém que quer lhe imprimir uma forma de aproveitar a vida.
Espero que os meus motivos tenham ficado claros o suficiente para você também não falar essa frase para ninguém. Este tipo de corrente (quem ler esse texto não fala essa frase nunca mais na vida) seria muito mais pertinente e traria bem mais benefícios às relações do que àquelas que a gente recebe por e-mail. Para concluir, acrescento: pior do que escutar “Viva. Aproveite a sua vida” só há uma outra frase: “eu quero que você se cuide”. Ou, para lascar tudo de vez, diz-se para os amigos: “por favor, cuidem dela”. Ah! Me poupe!
Em São Paulo
Foi um final de semana de frio. Um frio que começou por dentro e foi se materializando na fria São Paulo. Esquisito o que essa cidade proporciona. Há um quê de deslumbramento, pelas pessoas, pelos hábitos de vida e pela liberdade de ser. Andar pela Avenida Paulista, descendo pela Augusta é realmente libertador. Mas também há um quê de sufocamento. Porque em todos os lugares há muita gente, porque há trânsito às 22 horas de um domingo.
Eu vim bem menos pelo lugar e mais pelas pessoas. Vim atrás das irmãs que escolhi para mim e de outros tantos amigos que por aqui escolheram viver. Saí do Aeroporto já com Mari, cheguei na casa delas e fiquei por horas deitada no colo de Liu. Fiquei me perguntando como não havia feito isso antes.
Ainda vi Ju Terribili, que não via há uns cinco anos. Vi Mari Pires, Asas, Thiago Pêda, Mayra, Slivia, Rô Valente... foi uma delícia. Programinhas leves, regados a bons vinhos. Conversas gostosas, colos seguros. Pude dividir a vida, escutar e dizer coisas importantes. Em alguns momentos, bateu saudade da minha “vidinha feliz”. Em outros momentos, me deu uma vontade de reviver a liberdade de “ganhar o mundo”, que um dia já foi objeto de tanto desejo, e ser feliz assim.
Fiquei pensando como deixar de lado essa dose de drama que há na minha vida, em como me permitir viver, olhando para frente. Caminhei, escorreguei, mas sei que preciso seguir. Acordei, na segunda-feira, com o coração apertado. Talvez o tarô tenha me mostrado que o momento que vivi é muito mais do que um momento de dor. É um momento de transformação. Transformar o que em quê? Ai, ai, ai...
Eu vim bem menos pelo lugar e mais pelas pessoas. Vim atrás das irmãs que escolhi para mim e de outros tantos amigos que por aqui escolheram viver. Saí do Aeroporto já com Mari, cheguei na casa delas e fiquei por horas deitada no colo de Liu. Fiquei me perguntando como não havia feito isso antes.
Ainda vi Ju Terribili, que não via há uns cinco anos. Vi Mari Pires, Asas, Thiago Pêda, Mayra, Slivia, Rô Valente... foi uma delícia. Programinhas leves, regados a bons vinhos. Conversas gostosas, colos seguros. Pude dividir a vida, escutar e dizer coisas importantes. Em alguns momentos, bateu saudade da minha “vidinha feliz”. Em outros momentos, me deu uma vontade de reviver a liberdade de “ganhar o mundo”, que um dia já foi objeto de tanto desejo, e ser feliz assim.
Fiquei pensando como deixar de lado essa dose de drama que há na minha vida, em como me permitir viver, olhando para frente. Caminhei, escorreguei, mas sei que preciso seguir. Acordei, na segunda-feira, com o coração apertado. Talvez o tarô tenha me mostrado que o momento que vivi é muito mais do que um momento de dor. É um momento de transformação. Transformar o que em quê? Ai, ai, ai...
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