no gerúndio da mudança, que começa em mim, passa pelos outros, termina e recomeça em mim...
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Eu comigo mesma.
Tenha paciência, Dona Edna. Será que é tão difícil lembrar que tudo tem o seu tempo? E que este ser inanimado “tempo” acaba mesmo dizendo para onde o barco deve ir?! Isso mesmo. Não adianta apertar mais o coração que já está apertado. E nem sofrer o sofrimento que ainda está por vir. Ele virá?! Talvez, não. E, se vier, você já sabe bem o que vem depois do sofrer. Mas também não adianta entrar naquela de prevê, porque, como boa “planejadora”, você também sabe que para essas coisas não há plano certo. Respira! Lembra como o respirar ajuda? Respire e sinta o seu coração desacelerar. Pode também ler aqueles livros mais bobinhos, que não pesam tanto o pensar. E conversa com seu deus. Aquela entidade esquisita, que em alguns dias você duvida que ela existe, mas em outros tem certeza que ela está pegando na sua mão. E tenha uma certeza: tudo tem a hora certa de passar. Pronto!
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
É tempo...
É tempo de aprender com os aprendizados alheios; que deixam de ser alheios, quando se tornam nossos. É tempo de ser mais forte, ao vislumbrar e se impressionar com a fortaleza do outro; que também deixa de ser do outro para ser nossa. É o tempo da descoberta: de se descobrir no outro e de descobrir o outro em você. Tudo separado e tudo misturado, na mesma intensidade. É tempo de não tentar mais diferir, porque já não há mais como negar a delícia de fundir, unir.
Capítulo 7: ele.
No primeiro gole de cerveja, quase como um pretexto, ele vinha à cabeça. Sempre ele, não outro. Sempre da mesma forma, doce e ardente, cheio de ternura e desejo. Flora disfarçava, falava sobre outras coisas, tentava tirá-lo do pensamento, mas nunca conseguia. Estranho, porque Flora nunca foi “dessas” obsessivas ou apaixonadas desmedidas. Sem contar que já fazia um tempo que seu coração vivia no conforto de águas mornas e calmarias.
Para assumir a intensidade deste desejo ela precisaria se mudar e mudar. Porque por mais que ele morasse em um país próximo, era um outro país: uma nova cultura, novos amigos, novas leituras... uma nova vida. E por mais que há tempos desejasse uma mudança, ela não tinha certeza se era essa a hora da mudança; também não sabia se suportaria tantas mudanças.
Flora já tinha vivido o suficiente para saber que toda vez que atrelava as mudanças que queria fazer na vida a alguém não dava certo. Ninguém consegue mesmo suportar o peso-responsabilidade de mudar a vida de uma pessoa, de mudar a vida dela. Logo a dela, uma mulher aparentemente forte. E, por mais que ela soubesse que ele não era “o” motivo, ele era sim O motivo: o mais evidente, o que fazia ela pulsar e querer romper, ser e fazer diferente.
Maldito terapeuta que um dia a convenceu que não deveria tomar atitudes precipitadas! Maldito, principalmente, porque esqueceu de ensiná-la a reconhecer quando algo era mesmo precipitado ou não. Maldita filha que fazia sempre ela ter que ser consequente. Maldita história que a jogou num horizonte tão enclausurante quanto é enclausurado pelas suas próprias expectativas. Mais uma vez, maldito terapeuta (sempre o terapeuta!) que lhe disse que o mecanismo de defesa das pessoas inteligentes era a racionalização. Maldita Flora, que se julgava tão inteligente. A vontade dela era gritar, se libertar. E ela, simplesmente, saiu para trabalhar.
Para assumir a intensidade deste desejo ela precisaria se mudar e mudar. Porque por mais que ele morasse em um país próximo, era um outro país: uma nova cultura, novos amigos, novas leituras... uma nova vida. E por mais que há tempos desejasse uma mudança, ela não tinha certeza se era essa a hora da mudança; também não sabia se suportaria tantas mudanças.
Flora já tinha vivido o suficiente para saber que toda vez que atrelava as mudanças que queria fazer na vida a alguém não dava certo. Ninguém consegue mesmo suportar o peso-responsabilidade de mudar a vida de uma pessoa, de mudar a vida dela. Logo a dela, uma mulher aparentemente forte. E, por mais que ela soubesse que ele não era “o” motivo, ele era sim O motivo: o mais evidente, o que fazia ela pulsar e querer romper, ser e fazer diferente.
Maldito terapeuta que um dia a convenceu que não deveria tomar atitudes precipitadas! Maldito, principalmente, porque esqueceu de ensiná-la a reconhecer quando algo era mesmo precipitado ou não. Maldita filha que fazia sempre ela ter que ser consequente. Maldita história que a jogou num horizonte tão enclausurante quanto é enclausurado pelas suas próprias expectativas. Mais uma vez, maldito terapeuta (sempre o terapeuta!) que lhe disse que o mecanismo de defesa das pessoas inteligentes era a racionalização. Maldita Flora, que se julgava tão inteligente. A vontade dela era gritar, se libertar. E ela, simplesmente, saiu para trabalhar.
sábado, 5 de fevereiro de 2011
Mais uma receitazinha!
Para fechar o dia de empolgação culinária, veio a idéia de tentar fazer um creme de cebola. Uma prima disse que era "bom para emagrecer". Mas até agora eu só conhecia a versão com batata. Emagrecer?! Como?!
Aí encontrei uma recita diferente, fiz umas adaptações e ficou uma delicinha. Nem sei se tão light, mas bem saudável. É isso que importa! Acho que estou mesmo é com saudade de comida de casa, depois de passar a semana comendo "na rua".
Como foi uma adaptação, as medidas são meio incertas, mas dá para fazer novamente.
Ingredientes
02 cebolas médias
Perto de 500ml de leite desnatado
03 raspas de margarina becel
01 colher de chá de sal
Queijo ralado para povilhar
01 colher de sopa rasa de maisena
Derrete a margarina e acrescenta as cebolas, cortadas em rodelas finas. Deixa no fogo até você sentir que ela está douradinha e molinha. É mais ou menos uns 10 minutos. Acrescenta o sal, o leite e a colher de maisena, após diluir num pouquinho de água. Deixa ferver, mexendo vez por outra. O leite vai dar uma engrossadinha, por causa da maisena. Vai mexendo até sentir que a cebola está dissolvendo. Pronto! Coloca num prato fundo ou numa caneca e acrescenta queijo ralado por cima, já na hora de servir. O Amarelo aprovou! Disse que a cebola poderia ser ralada. Mas eu gostei de sentir as rodelinhas. Fica a critério de quem for degustar!
Minha ilustradora!
Ela perguntou o que eu estava escrevendo e gostou de ler. Perguntei para ela se queria ilustrar as minhas histórias e ela adorou a proposta! Está aí! A ilustradora mais linda que eu podia ter. E ela ja começou a fazer as dos capítulos passados. Uma alegria! Dá mais vontade ainda de escrever!
Panqueca light
Hoje foi dia de ficar em casa, fazendo coisinhas para mim, para casa e para o marido. E é claro que isso rendeu numa receitazinha, daquelas fáceis de fazer (até porque, se elaborar demais, eu não consigo!).
Então, compartilho aqui para quem quiser se arriscar na cozinha!
Panqueca Light
Ingredientes
01 xícara de leite desnatado
03 ovos
01 xícara de trigo
01 colher de chá (cheia) de sal
Pinguinhos de azeite para assar
Para rechear, pode ser o que você quiser, mas, para ficar mais leve, usei queijo minas.
Molho de tomate
Molho branco
Champignon fatiados
Preparo
Bate o leite, os ovos, o trigo e o sal no liquidificador. Para assar, esquenta a frigideira (de preferência daquelas de teflon, com fundo reto), coloca uma gotinha de azeite, balança a frigideira para o azeite se espalhar e coloca a massa, com uma concha ou colher grande. A quantidade é bem pequena para a panqueca ficar bem fininha e levinha. Quando você sentir que dá para virar, vira para os dois lados ficarem douradinhos. Parece complicado, mas não é! Talvez você quebre algumas... normal! Dica: quanto menor a frigideira mais fácil. A panqueca ainda fica menorzinha e mais delicada. Depois de todas estarem prontas, comece a colocar o recheio. Você vai ver que “cabe” bem pouquinho. É por isso que panqueca é algo que você pode fazer com as coisas que sobram na geladeira! Coloca o queijo e uma colherzinha pequena de molho de tomate. Eu tinha um molhinho mais incrementado de tomate cereja com parmesão, da Casino Délices. Mas, para economizar, só coloquei ele por dentro - só uma colher de chá junto ao queijo, em cada panqueca.
Depois que todas estiverem devidamente recheadas, você coloca numa pirex e dá uma lambuzada com molho de tomate. Eu coloquei um pinguinho de molho branco por cima, só para dar um charme. Leva ao forno, para derreter o queijo. E, quando tirar, enquanto coloca a mesa, espalha uns champignons fatiados. Prontinho!
Tempo de preparo: 40 minutos (acho que é porque foi a primeira vez... na próxima, deve ser mais rápido).
Rendimento: 10 panquecas pequenas.
Para acompanhar, uma saladinha simples: dois tipos de alface, tomate e cebola. Gotinhas de azeite, um pouco de sal e um molhinho de mostarda bem simples (uma colher de requeijão light, mostarda e um pouco de noz moscada).
E para terminar... uma rodelinha de abacaxi bem docinho de sobremesa! Uma beleza!!!
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Calcinhas e sutiãs!*
Lembro do dia em que comecei um namoro, pela última vez. Minha mãe (a matuta mais moderna que conheço), me chamou logo atenção: “minha filha, você tem que se preocupar mais com suas lingeries”. Realmente, me preocupava muito pouco! Solteira há muito tempo e sem grandes intenções de ter alguém por uma noite, confesso que a minha vaidade não era grande o suficiente para gastar o meu suado e pouco dinheirozinho comprando calcinha e sutiã. Sem falar no tempo!
Na ocasião de início de namoro, foi mainha quem comprou! Acreditem! Só que a receptividade foi tão boa que me empolguei. Vez por outra comprava um conjuntozinho e dava uma caprichada no visual.
O tempo foi passando e claro que, com tantos compromissos, essas coisas foram deixadas para trás. Há mais ou menos um ano atrás, já casada com aquele que foi o meu último namorado (isso que dizer que a estratégia de dar uma caprichada, entre outras, deve ter funcionado!), e, dessa vez, sem precisar da “intervenção materna”, acabei me dando conta de que chegava a um momento complicado (e descuidado!) novamente. Foi quando decidi que iria comprar todo mês um conjunto de calcinha e sutiã, para, aos poucos, ir renovando o “guarda-roupa”. Fiz isso por uns dois meses! O efeito foi bom, mas... mais uma vez, seja pela falta de tempo, de paciência ou de vaidade mesmo, parei.
Nessa semana que passou, novamente me dei conta de que a situação também já não era boa! Aí conversei com uma amiga (que, por questões éticas, jamais revelarei o nome!) que disse que também sofria desse mesmo mal. Falou ainda que o próprio marido já tinha dado esse toque a ela. Vimos que a situação era grave e podia ser perigosa. O próprio marido dando o toque? Nossa!
Fiquei imaginando Lucas me dizendo isso. Ou pensando, sem querer me dizer! Saí correndo e a vontade de dar uma renovada se transformou em prática. Pronto! Como trabalho no centro, dei uma paradinha no famoso “vuco-vuco”, fiz uma rápida seleção e o resultado está aí.
Agora vamos só ver se não vou precisar de outra situação extrema ou de toques constrangedores para fazer isso novamente. A meta volta a ser pelo menos um conjunto por mês! E o bom é que, ao fazer isso, você percebe que isso é importante não só para o parceiro. Está no hall das coisas bobas que fazem você se sentir bem.
*Esse post tem a função social de contribuir para que minhas amigas que vivem relacionamentos estáveis e duradouros não descuidem de algo que, junto a um monte de outras coisas, pode ser tão importante! As calcinhas e sutiãs da foto foram comprados na Globo Malhas, na Rua das Calçadas. Parecem ser de excelente qualidade e o preço foi uma beleza. Sem falar que ainda tem 20% de desconto, se a compra for à vista. Não há mais desculpas!!!
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Um sonho de mãe. Uma mãe nos sonhos!
Foi tão vivo que deu medo. O parto foi uma beleza. Ela saiu quase que num espirro e, para minha surpresa, era “ela”. Detalhe: só soube que era ela neste momento. E, por mais que o desejo tenha sempre sido de um “ele”, não houve tristeza. Olhei para o meu lado e vi o homem que eu escolhi, suando, chorando e sorrindo. Olhei para a pediatra-amiga e ela me disse: tudo bem! Eu “deixo” que seja Maria! Fui em direção ao quarto, amparada pelo Amarelo, mas caminhando – afinal, o parto foi quase um espirro! E lá me encontrei com as 10 pessoas que eu precisava. Eram 10, apertadas num quarto. E foram 10 abraços. Sorri , sentindo a felicidade tranqüila de ter aquelas pessoas comigo. Acordei sorrindo por saber que também “sei” sonhar com essas coisas. Embora não esteja nos planos de agora, o terror que tenho de ser mãe (de colocar alguém no mundo, educar e de ser referência para alguém) parece, pelo menos no sonho, ter se transformado, diante do sentimento de não estar sozinha.
Capítulo 6: Pobre Lili!
Fora o beijo no rosto da mãe, ao entrar e sair de casa, Lili era pouco afetuosa. Parecia que existia uma mão gigante dentro dela, que apertava seu coração até o sangue escorrer por entre os dedos. Como se fosse uma caçamba de gelo, gelando cada pedacinho de suas feridas. Feridas que ela já não conseguia mais ver ou sentir. O gelo fazia da dor uma inexplicável dormência. E, embora incomodasse, Lili parecia confortável assim.
O apelido Lili foi dado por seu pai. Um homem que foi exemplo em poucas coisas na vida, diferentes de ser pai. Era daqueles que fazia questão de trocar fraldas, colocar para dormir, ir ao primeiro dia de aula no Colégio; queria participar de tudo! Mesmo quando já estava separado de Flora, jamais perdeu um momento importante da vida de sua filha. E Lili tinha um amor por ele que cegava. Não conseguia ver um defeito sequer e isso, em alguns momentos, chegou a lhe distanciar da própria mãe.
A perda do pai era algo sentido cotidianamente. E aí não havia gelo que amenizasse a dor. Lili nem falava no nome do seu pai, mas curiosamente se apaixonou duas vezes por um Antônio. Será que era uma tentativa de encontrar em alguém do mesmo nome um acalanto para tanta saudade? Nem eu, nem você... ninguém jamais saberá. Afinal, além do gelo, havia também correntes em volta dela, que a isolava do mundo, que a impedia de falar sobre o vivido e sentido.
Lili era a melhor mistura possível de Flora e Antônio. Tinha a pele clara de Flora com os olhos claros de Antônio. Tinha a sensibilidade dele e aquela chatice necessária dela. Era muitíssimo inteligente. Lia tanto que não dava para acreditar que era só mais uma fuga. Fuga? É! Lili era nitidamente triste. Nem precisa conhecê-la muito para saber. Ela era daquelas que só via o lado negativo em tudo; que, diante das situações difíceis, ou se desesperava ou agia com tanto desdém que não contribuía nem um pouco para a resolução.
Até seis meses atrás, antes de conhecer Heitor, era difícil vê-la sorrir. Era difícil trocar palavras diferentes daquelas das mensagens burocráticas que enviava para a mãe. E quem a conhecia, sem antes entender o que ela já tinha vivido, sempre estranhava e se perguntava: pobre Lili! Como pode ser tão linda e tão triste?!
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