quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

2011



tentando fugir do "fazer planos"... que em 2011 consigamos ser, pelo menos, um pouco melhores,para nós mesmos e para os que estão ao nosso redor, dia após dia!

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Cartas para Julieta: para assistir, pensar e escrever sobre o amor!

Tem gente que trata o amor como um negócio e diz que é preciso investir, como se investe em uma empresa. Em um mundo tão capitalista é fácil entender esta compreensão de amor. Talvez no mesmo sentido, mas com outras expressões, prefiro falar numa plantinha. É preciso regar, cuidar, às vezes, colocar no sol, outras vezes, colocar na sombra. Há quem diga que é preciso até conversar com ela. Se errar na dosagem e estiver atento, talvez dê para salvá-la. Mas se estiver desatento, certamente, ela morrerá. Ou passará alguém e sentirá que pode cuidar melhor daquela plantinha abandonada. Com o amor é assim. Quando se consegue ter-sentir o amor (o que já é raro), a regra é clara: ou cuida ou perde.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Eu não me conformo!

Eu não merecia adoecer na noite de Natal. Não pelo Natal, mas pelo que sinto quando estou perto da minha família. E isso é tão raro! Sem contar que adoecer, sem saber exatamente o que está acontecendo comigo (no caso: dor de garganta ou refluxo) é assustador, além de revoltante. Vi todas as comidas que mais gosto, sobremesa, bebida... e não consegui desfrutar nada. A proposta de uma festinha até de manhã, depois da ceia, junto a tantas outras propostas de passadinhas nas casas de pessoas importantes, foram reduzidas a uma noite febril e a lágrimas. Odeio adoecer! E quem gosta? Fiquei tentando “ler” o que estar doente pela primeira vez no Natal queria me dizer, me ensinar. Difícil! Tá bom... entendi que o importante foi garantido: abraçar as pessoas mais queridas e dizer o quanto elas são importantes... renovar o amor, os amores. Mas, mesmo assim, não me conformo!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Meio quase

Parece febre: os olhos ardendo, o corpo mole e a cabeça levemente doendo. Vontade de deitar e, ao deitar, vontade de levantar e de fazer um monte de coisas. Um vontade de tossir, que vem quase como uma coceirinha na gargante. Sai aquela tosse seca, como se houvesse e não houvesse nada a sair. Talvez seja uma virose. Ou ainda uma gripe. Talvez seja só 2010 saindo de mim.

Interessante! Quando o ano é ruim, tudo o que queremos é que acabe logo. O reveillon tem gosto de recomeço, de novas oportunidades. Aí vem uma alegria súbita, diante de todo sofrimento do ano anterior. Agora, quando o ano é bom, acho mesmo é que dá uma tristeza. Porque há sempre o medo do próximo não ser tão bom quanto o atual. Eu estou entre os que não estão nem de uma forma nem de outra.

2010 foi um ano meio quase: quase perfeito, quase feliz, quase difícil, quase triste. Muito riso, mas também muito choro. Muitas conquistas, e também perdas que até hoje doem. Meio a meio. Meio quase. E assim também termino o ano: quase... bem.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Amenidades

A gente quis dormir sem se comprometer com nada. Não marcamos hora e nem compromisso com ninguém. Eu acordei primeiro, como sempre! Vi que tinha sol, dei uns beijinhos nele e fiz a proposta: ir caminhar na praia, curtir um solzinho e depois um almoço gostosinho. Demoramos a sair de casa, como de praxe, e fomos. Neste dia, não tínhamos mesmo pressa. Chegamos e logo saímos caminhando, conversando... como é bom conversar, dividir a vida com ele! O assunto nunca acaba e toda conversa é marcada pelo imenso prazer de me sentir e senti-lo perto. Percebemos que nunca havíamos feito isso e, rapidamente, nos culpamos por não nos permitir aquilo que nos parece tão simples. Encontramos amigos, tomamos umas cervejinhas e fomos almoçar num restaurante delicioso. Voltamos para casa e, também como de costume, ele saiu para tocar. Saí também... fui ao encontro dos meus irmãos e dos meus sobrinhos. Voltei para casa leve, mas com uma sensação de falta. Um sensação que só teve fim quando, já sonolenta, senti ele me abraçar e, também sonolenta, perguntei: o show foi bom? Continuei dormindo e acordei renovada. Pronta para ficar sem almoçar, diante da correria que foi o meu dia de hoje. Só que cheguei em casa e ele estava lá. Jantamos e resolvemos, depois da caminhada de ontem, realmente iniciar hoje os nossos exercícios físicos conjuntos! Andamos de mãos dadas, ri dele correndo, corri e parei, enquanto ele ria do meu cansaço. Depois de 30 longos minutos, ele me deixou para fazer as unhas e foi buscar a Pipoca. Um estressezinho por não conseguir pagar uma conta, um dente dando trabalho... para mim, nada conseguiu diminuir o prazer de estar e, mais uma vez, me sentir perto. Voltamos para casa conversando e, como de praxe, ele foi ensaiar. E eu vim para cá escrever sobre estas amenidades que me fazem tão feliz. Ao mesmo tempo, escrevo sobre a falta que ele me faz. Porque a casa é bem mais casa, quando ele está ao meu lado. Sentir falta me leva diretinho ao bem que ele me faz e ao quanto sou feliz. Como um círculo vicioso, dos mais saudáveis e bonitos. Da falta ao bem, passando pela presença, terminando e começando sempre em nós dois, juntos.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

MiStUrA

Às vezes as coisas se misturam de mim de um jeito que eu nem me acho. Hoje não sei se sou mais ANSIEDADE, para saber como será minha vida no ano que vem; ou mais TRANQUILIDADE, para acalentar o coração de uma amiga tão querida. Não sei se sou RAZÃO, para dizer o que precisa ser dito, mesmo que doa; ou se sou TOLERÊNCIA, para receber o outro de uma forma simples, assim como ele sempre me recebe, nos meus mais sórdidos defeitos. No duelo dos ÃO, não sei se sou SATISFAÇÃO, por me ver crescendo e conseguindo fazer escolhas; ou sou FRSUTRAÇÃO, diante de escolhas que parecem equivocadas. Tantos sentimentos, pessoas, escolhas... tanta mistura na vida, de vidas. Eu me olho e não me acho. Ou me olho e me acho em vários lugares, de várias formas e em tantas intensidades.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Bum!

Às vezes, escrever é a única forma de não explodir!

Conveniência

Você passa, faz um lanche rápido, tira dinheiro. Se tiver muito estressado pode até tomar uma cervejinha. Vai trabalhar depois? Não tem problema! Compra um chiclete de hortelã, que ninguém vai perceber que você bebeu. Paga rapidinho! Aproveita e coloca crédito no celular e paga a conta de luz, que está atrasada. Pronto! Sai e entra no carro, já abastecido, e vai embora! Em 05 minutos você resolve tudo! Posto e loja de conveniência, apenas! Tem gente que acha que as pessoas são assim. Você usa quando e o quanto quiser e vai embora. Usa e não oferece nada. Não sabe ele que até a loja de conveniência, se não for abastecida, fecha. Fecha por já não ter mais o que oferecer, porque é impossível ofertar qualquer coisa que seja, se você já não recebe nada.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Fingir

De tempos em tempos, sinto um abuso das pessoas que fingem que leram e não leram; que fingem que gostam e não gostam; que fingem que é o seu estilo e não é; que fingem que são sem preconceitos e não são; que fingem que fazem e não fazem; que fingem felicidade e não estão/são felizes. Pior é que, às vezes, elas vêem você fazendo algo e imitam. Imitam a forma que você fala, a forma que você se veste... copiam o que você escreve. Dá um abuso, meio misturado com uma sede desesperadora de verdade. Vou me afastando aos poucos, porque essas pessoas são aquelas que parecem amigas, mas, muitas vezes, são as que mais sugam. Difícil viver num mundo como esse, que nos obrigada a ser a cada dia mais seletivo. Sinto que podemos estar caminhamos para uma seletividade que não vai permitir que nada fique no final. Me preocupo! Afinal, o que e quem vai restar ao meu lado?

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

O que vem depois

Quase não dormi da noite da quarta para quinta. A ansiedade era enorme! Reli o projeto, passei o olho no currículo e tomei cerveja com uns amigos... ainda bem que eu tive eles nesse dia. Acordei mais cedo do que o necessário e resolvi me organizar para sair. Tive receio de chegar atrasada e colocar tudo a perder. Desci na primeira parada após o aterro, às 09:20. O compromisso era às 11:00. Com a hora folgada, resolvi não perguntar onde era. Simplesmente fui caminhando, com ajuda de um mapa, que de esquina em esquina eu tirava da bolsa. Mas fui tranquilamente, contemplando a paisagem do lugar; um lugar que possivelmente será o meu lugar. Rapidamente (mais do que gostaria), encontrei o prédio. Fica na Av. Rui Barbosa - um endereço importante para mim, já que vivi tendo-o como lugar de estudo e vida, por pelo menos 12 anos, em Recife. Mas aqui é tudo bem diferente. Subi as escadas e encontrei uma menina que também aguradava a entrevista. Pensei até em sair para dar uma volta, mas percebi que ela foi logo chamada e que, por isso, estando lá, eu também poderia ser. Ela saiu aproximadamente 30 minutos depois, com cara de desanimada. Disse que eles fizeram muitas perguntas, que ela achava que só poderia responder no curso do doutorado. Gelei! Imaginei uma banca de defesa de projeto e, quando entrei na sala, encontrei algo parecido: quatro professores estranhos (apesar de já ter ouvido falar neles, não os conhecia), atrás de uma mesa, e uma cadeira para mim. Eles se apresentaram e as primeiras perguntas que fizeram foram: fale de seu projeto. O que você quer estudar? E como vai fazer isso? Como foi difícil escutar e responder a essas coisas! Respirei e resolvi começar pelo porquê. Falei da minha experiência profissional e acadêmica para então chegar no objeto de estudo. Falei da metodologia, inscrevendo-a como ousada, já com medo de retaliação. As fisionomias deles foram mudando e eu fui me animando. Não consigo saber ao certo o que aconteceu, mas, de repente, a banca ameaçadora se transformou numa mesa de bar e conversávamos espontanemanete sobre o projeto e as possibilidades dele. Aí eu já não queria que acabasse! Foi ótimo! No final, uma professora perguntou: para ficar claro, você quer fazer isso, depois isso, depois isso? Eu disse que era exatamente aquilo. Ela elogiou a metodologia, increvendo-a como inovadora. Nossa! Nem acreditei... segurei o riso e saí da sala com vontade de gritar. Era a felicidade de ver um sonho deixando de ser sonho, ganhando contornos mais precisos e um esperado quê de realidade. É! Agora acho que dá. Agora também é a hora de conntrolar a ansiedade de pensar onde vou morar, no que vem depois... afinal, muita coisa ainda pode compor esse depois. Mas a sensação é de dever cumprido e de felicidade. Que chegue logo o resultado, que chegue logo mais esse depois!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O Ponto de Vista

Cuidar da minha espiritualidade vem sendo a principal chave para a minha tranquilidade. Então, compartilho um texto que, para mim, foi bem importante. O ponto de vista, do Evangelho segundo o Espiritismo. Edna, quer dizer que agora você é espírita? Ainda não posso dizer isso. Mas estou lendo e experienciando.

"5 – A idéia clara e precisa que se faça da vida futura dá uma fé inabalável no porvir, e essa fé tem conseqüências enormes sobre a moralização dos homens, porque muda completamente o ponto de vista pelo qual eles encaram a vida terrena. Para aquele que se coloca, pelo pensamento, na vida espiritual, que é infinita, a vida corporal não é mais do que rápida passagem, uma breve permanência num país ingrato. As vicissitudes e as tribulações da vida são apenas incidentes que ele enfrenta com paciência, porque sabe que são de curta duração e devem ser seguidos de uma situação mais feliz. A morte nada tem de pavoroso, não é mais a porta do nada, mas a da libertação, que abre para o exilado a morada da felicidade e da paz. Sabendo que se encontra numa condição temporária e não definitiva, ele encara as dificuldades da vida com mais indiferença, do que resulta uma calma de espírito que lhe abranda as amarguras.

"Pelas simples dúvida sobre a vida futura, o homem concentra todos os seus pensamentos na vida terrena. Incerto do porvir, dedica-se inteiramente ao presente. Não entrevendo bens mais preciosos que os da Terra, ele se porta como a criança que nada vê além dos seus brinquedos e tudo faz para os obter. A perda do menor dos seus bens causa-lhe pungente mágoa. Um desengano, uma esperança perdida, uma ambição insatisfeita, uma injustiça de que for vítima, o orgulho ou a vaidade ferida, são tantos outros tormentos, que fazem da sua vida uma angústia perpétua, pois que se entrega voluntariamente a uma verdadeira tortura de todos os instantes.

Sob o ponto de vista da vida terrena, em cujo centro se coloca, tudo se agiganta ao seu redor. O mal o atinge, como o bem que toca aos outros, tudo adquire aos seus olhos enorme importância. É como o homem que, dentro de uma cidade, vê tudo grande em seu redor: os cidadãos eminentes como os monumentos; mas que, subindo a uma montanha, tudo lhe parece pequeno.

Assim acontece com aquele que encara a vida terrena do ponto de vista da vida futura: a humanidade, como as estrelas no céu, se perdem na imensidade; ele então se apercebe de que grandes e pequenos se confundem como as formigas num monte de terra; que operários e poderosos são da mesa estatura; e ele lamenta essas criaturas efêmeras, que tanto se esfalfam para conquistar uma posição que os eleva tão pouco e por tão pouco tempo. É assim que importância atribuída aos bens terrenos está sempre na razão inversa da fé que se tem na vida futura.

6 – Se todos pensarem assim, dir-se-á, ninguém mais se ocupando das coisas da Terra, tudo perigará. Mas não, porque o homem procura instintivamente o seu bem estar, e mesmo tendo a certeza de que ficará por pouco tempo em algum lugar, ainda quererá estar o melhor ou o menos mal possível. Não há uma só pessoa que, sentindo um espinho sob a mão, não a retire para não ser picada. Ora, a procura do bem estar força o homem a melhorar todas as coisas, impulsionado como ele é pelo instinto do progresso e da conservação, que decorre das próprias leis da natureza. Ele trabalha, portanto, por necessidade, por gosto e por dever, e com isso cumpre os desígnios da Providência, que o colocou na Terra para esse fim. Só aquele que considera o futuro pode dar ao presente uma importância relativa, consolando-se facilmente de seus revezes, ao pensar no destino que os aguarda.

Deus não condena, portanto, os gozos terrenos, mas o abuso desses gozos, em prejuízo dos interesses da alma. É contra esse abuso que se previnem os que compreendem estas palavras de Jesus: O meu reino não é deste mundo.

Aquele que se identifica com a vida futura é semelhante a um homem rico, que perde uma pequena soma sem se perturbar; e aquele que concentra os seus pensamentos na vida terrestre é como o pobre que ao perder tudo o que possui, cai em desespero.

7 – O Espiritismo dá amplitude ao pensamento e abre-lhe novo horizonte. Em vez dessa visão estreita e mesquinha, que o concentra na vida presente, fazendo do instante que passa sobre a terra o único e frágil esteio do futuro eterno, ele nos mostra que esta vida é um simples elo do conjunto harmonioso e grandioso da obra do Criador, e revela a solidariedade que liga todas as existências de um mesmo ser, todos os seres de um mesmo mundo e os seres de todos o mundos. Oferece, assim, uma base e uma razão de ser à fraternidade universal, enquanto a doutrina da criação da alma, no momento do nascimento de cada corpo, faz que todos os seres sejam estranhos uns aos outros. Essa solidariedade das partes de um mesmo todo explica o que é inexplicável, quando apenas consideramos uma parte. Essa visão de conjuntos, os homens do tempo de Cristo não podiam compreender, e por isso o seu conhecimento foi reservado para mais tarde".

Astronave

“E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...”

Cantando de olhos fechados, tentando sossegar o coração. Dar o melhor de mim e, ao mesmo tempo, ter a tranquilidade de sentir para onde os caminhos me levarão. Aceitar esses caminhos e, definitivamente, me convencer de que não tenho o controle de tudo. Acho que há uns anos atrás eu não suportaria este final de ano. Sinto que estou crescendo e começo a entender a razão de alguns sofrimentos. Como eles foram importantes. Sigamos nessa astronave, sem a intenção de pilotá-la... ao menos, não de forma autoritária comigo e com a vida.

domingo, 24 de outubro de 2010

Labirinto

Hoje, acordei e me vi no centro de um labirinto. Olhei para um lado, olhei para o outro e vi diferentes caminhos, uns mais escuros e outros menos. Dei cinco passos na direção de um e retornei. Corri na direção de outro e voltei ofegante, com medo de não mais achar o ponto de partida. Ponto de partida? Isso é realmente importante? Mas para ele voltei. Fiquei na ponta dos pés para me certificar que havia luz no terceiro caminho. Eu sou pequena e, mesmo na ponta dos pés, não consegui ver. Resolvi ir por um quarto caminho e, para minha surpresa, vi uma pessoa conhecida de costas. Era ela, minha amiga de todas as horas. Corri porque sabia que com ela estaria segura. Ela sempre sabia onde ir. Não havia ninguém que se localizasse melhor no tempo e no espaço. Quando estava chegando perto, gritei o seu nome. Ela escutou e, ao olhar para mim, vi uma cor estranha nos seus olhos, uns bichos saindo do seu nariz e um líquido verde escorrendo da sua boca. Naquele momento, o mais importante já não era acertar o caminho, pois percebi que ela precisava de ajuda. Porém, quando cheguei mais perto e vi que ela estava tomada por uma fúria e não era mais a minha amiga querida. Ela abaixou a cabeça e exigiu que eu me afastasse. Voltei para então seguir por outro caminho; um caminho no qual eu não a encontraria mais. Estava eu de novo no centro do labirinto, sozinha. Meu coração parecia uma escola de samba, na agitação e não na alegria. Um batuque, uma angústia, que se transformou em terror. Não restavam mais caminhos. Parei, fechei os olhos e tentei respirar, fazer a escola de samba se tornar uma bossa nova. Percebi que o chão que eu estava sentada tinha se tornado amarelo e sorri. Era um amarelo bonito, daqueles que só por assim alegra a gente. Foi aí que vi que não havia onde ir. Vi que era a hora de ali sentar, escutar o coração e contemplar os diferentes caminhos. Ali e sentei e, até agora, aqui estou.

domingo, 10 de outubro de 2010

Capítulo 4: na rede...

O sol estava quase se pondo. Para ela, essa era a hora mais bonita do dia. Era também a melhor hora para pensar na vida e, por trás da tranqüilidade e silêncio daquele momento, ela se balançava e conversava com os seus próprios pensamentos. E, dentro dela, ria alto – um riso de felicidade, alívio. Agora sim, havia um quê de libertação. Flora já aprendera que algumas histórias, realmente, não tem fim. Ela demorou a entender porque o não ter fim não queria dizer que continuava. Estranho , mas na vida parece mesmo que é assim: não é preciso o “the end” para as luzes se acenderem, levantarmos da cadeira e voltarmos para as nossas casas, para o lugar de onde saímos.

Depois da carta entregue e da resposta dele podia-se imaginar que haveria outros encontros. Não houve. A conversa prometida nunca aconteceu. Ou, ao menos, não aconteceu materialmente. Mas o tempo e os acontecimentos mostraram que não havia mais nada a ser dito, que remetesse aquele passado confusamente vivido.
O sol se pôs e ela simplesmente cochilou, na tranqüilidade de quem está em paz consigo e com a vida.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

é uma dor que dói tanto... mesmo aparentemente não tendo uma grande explicação. dói.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Angústia

Ela procura uma forma de não se angustiar tanto... com horários (pq, mesmo atrasada, acaba chegando antes que todo mundo); com os prazos (pq pode até ser doloroso, mas sempre dá!); com os quilos a mais (pq a angústia aumenta a vontade de comer); com a bateria no meio da sala (pq definitivamente isso não muda e ela também deixa a bolsa e os livros na mesa, as luzes acesas...); com o doutorado (pq a vida já mostrou q as coisas sempre acontecem no tempo certo); com a distância e a saudade dos amigos (pq os amigos mesmo, continuam a ser amigos).

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Entre confetes e serpentinas

O coração acelera. O corpo é tomado por uma resistência tão grande que desconsidera a idade e o tempo de ócio. Dá vontade de abraçar, de encontrar, de perdoar, de viver. Tudo ganha cores, sabores, música e luz. Meu corpo ainda está cansado. Mas meu coração é tomado diariamente por uma saudade. Saudade do brilho e da alegria. Ainda bem que me resta essa saudade.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Intervalo para o almoço

Ando meio feliz, meio entristecida e muito reflexiva. São tempos duros, nos quais algumas alfinetadas vêm me mostrando o que fui e o quanto isso deixou marcas, que eu nem esperava encontrar. Mesmo em pessoas que pareciam entender o meu jeito e o que estava por trás do mesmo.” Aparecer”... sempre me disseram que eu gostava de aparecer. Até admito isso. Não que o aparecer fosse o objetivo final de tudo que fazia, mas, de alguma forma, isso dava sim prazer. Sempre gostei de falar... o silêncio, quando a professora já no primeiro dia de faculdade perguntava quem ia deixar o material na Xerox, me incomodava muito. Eu esperava alguns segundos e não segurava o “eu deixo”. Sempre fui de ter iniciativa. Cresci em uma família assim. Aprendi a ser assim. Passei a faculdade toda escutando lorota de amigos que diziam que, desde o primeiro momento, eu queria aparecer. Ultimamente, venho pensando mais sobre isso e se, em algum momento, isso fez com que eu passasse por cima de alguém. Não consegui, mesmo depois de pensar bastante, identificar isso. Pelo contrário, identifico pessoas que pegaram carona no meu bocão, quando não conseguiam defender uma idéia sua. Ou ainda, que pegaram carona na minha velocidade e começaram a caminhar mais rápido. E que bom que isso aconteceu. Afinal, jamais gostei de caminhar sozinha. De uns tempo para cá, exercito “aparecer” menos, em todos os sentidos. Porque paguei caro por esse “aparacer”. Os (maus) olhos, as más energias, a difamações... procuro, por exemplo, estar em espaços profissionais de uma forma tranqüila. Sem me preocupar em ter visibilidade, em ser eleita delegada de uma conferência, em ser a melhor nisso ou naquilo. Na verdade, sinto mesmo que há um tempo vivo a tranqüilidade de, simplesmente, ser... e levar a minha vida sendo... nos valores que acredito, com as pessoas que acredito. Estando perto o quanto é possível, procurando sempre compreender mais antes de criticar e, quando minha língua se torna maior que minha boca, tentando voltar atrás, me desculpando, mas reafirmando a minha condição de verdade... de ser verdadeira. É isso que me faz estar também “meio feliz”. É por me reconhecer assim que, hoje, escolho seguir. Seguir dando menos importância a pessoas que me aprisionem num lugar que não me pertence, falando de alguém que não sou eu... mesmo que esse “dar menos importância” doa muito, já que me refiro a pessoas que já foram tão importantes. Agora sim, já menos entalada... vou almoçar!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Avaliação

Você entrega para cada pessoa um papel e pede para que cada um coloque três características no mesmo. Depois, recolhe, mistura e, aleatoriamente, vai lendo e deixando que as pessoas tentem adivinhar de quem se trata. Depois de segundos de especulações, quando alguém já tiver acertado, convida o "certo alguém" a se revelar.

A pessoa das carcaterísticas vai ter um tempo para falar de si, a partir das características que ela mesmo escreveu. É o momento de fazer uma auto-avaliação. Em seguida, todos podem falar. Detalhe: "a pessoa das características" terá que escutar a fala de todos, sem responder, rebater... Parte-se do entendimento de que, mesmo que ela discorde, aquelas são versões possíveis sobre ela. E, por isso, devem ser objetos de reflexão.

Fiz hoje, pela segunda vez, com a equipe do Albergue. É um exercício difícil... mas o potencial de reflexões e amadurecimentos é enorme! Saber diferentes versões sobre você pode até doer, mas, se elas existem, é preciso pensar nos "porquês" e crescer a partir disso.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Maracujá

Você toma um bom e demorado banho, com direito a bucha esfoliante e diferentes sabontes, para as diferentes parte do corpo. Termina com o óleo trifásico de maracujá; espalhando pelo corpo, sem pirangagem. Dá para colocar um creme para tratamento no cabelo... daqueles sem enxague(eu gosto do pantene), pentear e, com isso, ficar curtindo o cheirinho do óleo no seu corpo, antes de entrar no chuveiro novamente. Aí você se enxuga bem direitinho, para chegar na hora dos cremes (todos de maracujá!). Use os cremes no seu quarto... você entenderá porque, ao final. Abuse! Use cremes diferentes para as diferentes partes do corpo: uma para pernas e pés; um para o restante do corpo; outro para as mãos. Depois de limpar a pele, termine com o desodorante corporal (também de maracujá), coloque aquela roupa bem gostosa e fique bem à vontade. O cheirinho ficará no seu quarto por um bom tempo, além de já estar em você.

Dá para se sentir linda, magra, levre, amada... é como se os problemas todos sumissem e você fosse tomada por aquela tranquilidade, que só se sente quando se entra em contato consigo. Frescura? Pode ser! Mas experimente... você vai ver o quanto essa frescurinha faz bem!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Obrigada por insistir (por Martha Medeiros)

"Até o mais seguro dos homens e a mais confiante das mulheres já passaram por um momento de hesitação, por dúvidas enormes e dúvidas mirins, que talvez nem merecessem ser chamadas de dúvidas, de tão pequenas. Vacilos, seria melhor dizer. Devo ir a este jantar, mesmo sabendo que a dona da casa não me conhece bem? Será que tiro o dinheiro do banco e invisto nesta loucura? Devo mandar um e-mail pedindo desculpas pela minha negligência? Nesta hora, precisamos de um empurrãozinho. E é aos empurradores que dedico esta crônica, a todos aqueles que testemunham os titubeios alheios e dizem: vá em frente!

"Obrigada por insistir para que eu pintasse, que eu escrevesse, que eu atuasse, obrigada por perceber em mim um talento que minha autocrítica jamais permitiria que se desenvolvesse.”

“Obrigada por insistir para que eu fosse visitar meu pai no hospital, eu não me perdoaria se não o tivesse visto e falado com ele uma última vez, eu não teria ido se continuasse sendo regida apenas pela minha teimosia e orgulho.”

“Obrigada por insistir para que eu conhecesse Veneza, do contrário eu ficaria para sempre fugindo de lugares turísticos e me considerando muito esperta, e com isso teria deixado de conhecer a cidade mais surreal e encantadora que meus olhos já viram.”

“Obrigada por insistir para que eu fizesse o exame, para que eu não fosse covarde diante das minhas fragilidades, só assim pude descobrir o que trago no corpo para tratá-lo a tempo. Não fosse por você, eu teria deixado este caroço crescer no meu pescoço e me engolir com medo e tudo.”

“Obrigada por insistir para eu voltar pra você, para eu deixar de ser adolescente e aceitar uma vida a dois, uma família, uma serenidade que eu não suspeitava. Eu não sabia que amava tanto você e que havia lhe dado boas pistas sobre isso, como é que você soube antes de mim?”

“Obrigada por insistir para que eu deixasse você, para que eu fosse seguir minha vida, obrigada pela sua confiança de que seríamos melhores amigos do que amantes, eu estava presa a uma condição social que eu pensava que me favorecia, mas nada me favorece mais do que esta liberdade para a qual você, que me conhece melhor do que eu mesma, apresentou-me como saída.”

“Obrigada por insistir para que eu não fosse àquela festa, eu não teria agüentado ver os dois juntos, eu não teria aturado, eu não evitaria outro escândalo, obrigada por ficar segurando minha mão e ter trancado minha porta.”

“Obrigada por insistir para eu cortar o cabelo, obrigada por insistir para eu dançar com você, obrigada por insistir para eu voltar a estudar, obrigada por insistir para eu não tirar o bebê, obrigada por insistir para eu fazer aquele teste, obrigada por insistir para eu me tratar.”

Em tempos em que quase ninguém se olha nos olhos, em que a maioria das pessoas pouco se interessa pelo que não lhe diz respeito, só mesmo agradecendo aqueles que percebem nossas descrenças, indecisões, suspeitas, tudo o que nos paralisa, e gastam um pouco da sua energia conosco, insistindo."


Tem texto que cai na sua mão na hora que você está precisando lê-lo ou, ao menos, na hora que ele expressa tudo que você está sentindo... com esse texto foi assim!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Emoção ao lembrar dela

Às vezes você sente tanta admiração por uma pessoa que pensar nela emociona. Outras vezes, dói. Porque, quando o amor é intenso, chega a doer mesmo. Dá uma vontade de se fundir, de tornar um. Ao se fundir, você ficaria só com a parte mais dolorosa dessa pessoa e daria tudo que você tem de bom. E tem porque aprendeu com ela.

Ela saiu do sertão. Tenho vontade de levar todo mundo lá, para que todos conheçam o lugar de onde ela saiu e, por conseqüência, eu sai também. Foi numa casa muito simples, no meio de um sítio, que ela veio ao mundo. Filha de uma mãe que teve 10 filhos. De um pai que não consegui conhecer, ou que só conheço pelas histórias.

Infância difícil. Faltava muitas coisas, mas, como uma florzinha no meio da aridez do sertão, ela cresceu e brotou. Veio para cidade grande estudar. Estudou e venceu. Terminou a Faculdade, fez uma especialização , trabalhou, foi professora da UFPE, deu aula para batalhões (literalmente!) e conseguiu, mesmo com isso tudo, ser uma mãe presente.

Uma mãe dura, que jamais me viu chorar sem falar que era preciso seguir em frente; que jamais me viu triste sem mostrar tudo que deveria me deixar alegre. Muitas vezes, não era nem isso que queria escutar, porque de vez em quando é até importante curtir a tristeza, mas esse era o jeito dela de me fazer forte.

Uma guerreira. Lembro de voltar do colégio com ela para casa, de ônibus, depois de um dia de trabalho. Lembro do seu rosto cansado, chegando em casa e ainda dando conta de cuidar da gente e, mais uma vez, nos (e aqui sei que já não falo mais só em meu nome) ensinando a ser forte. Porque não há melhor forma de ensinar do que com o próprio exemplo.

É preciso dizer que ela sofreu muito também. Sofreu, sofremos juntos e, mais uma vez, saímos nos sentindo mais fortes.

É claro que algumas coisas também me incomodavam e ainda incomodam. Ela não sabe pedir desculpas e gosta muito de dizer “eu não disse”. Mas até assim ela nos ensina a ser fortes. A gente olha para essas coisas e tenta fazer diferente. Tenta fazer e ser mais.

Sabe quando você olha pra uma pessoa e vê onde ela está com a certeza de que esse lugar é extremamente merecido, porque foi efetivamente conquistado, suado? É ela.

De vez em quando, principalmente, quando me sinto cansada, desanimada, gosto de lembrar dessa história. E lembrar me encoraja e, mais uma vez, me fortalece.

Hoje, ela é avó (pela segunda vez), trabalha menos, vive num apartamento seu, tem seu carro, tem sua vida. Dá até trabalho, de vez em quando. Acho mesmo que depois de oferecer tanta vida pra gente é difícil se ver morando apenas com Luana (a cachorrinha). Isso pode trazer mesmo a sensação de não estar sendo mais “necessária”. É como se não precisássemos mais dela e isso acaba vindo como uma certa dose de tristeza.

Talvez, não precisemos mesmo dela para nos bancar. Até porque, graças ao esforço dela, conseguimos fazer isso sozinhos. Mas não sabe ela como a sua presença é importante. Uma presença que nem sempre é física, mas é uma presença que mostra quem somos, de onde viemos e a que ponto cada um quer chegar.

Hoje, só sinto orgulho dela, dos meus irmãos e do que conseguimos ser, a partir do que ela nos ensinou.

*Fui ao cinema, assisti “Dona Lindu” e lembrei de onde vim. Senti muito orgulho e escrevi esse texto.

domingo, 10 de janeiro de 2010

2010

Estar mais perto dos meus amigos;
Estar mais perto da minha família;
Ler pelo menos três bons livros, de forma despretensiosa;
Revisar meu projeto de doutorado e fazer as articulações necessárias para ingressar no próprio doutorado, no final de 2010;
Definitivamente, emagrecer;
Conseguir colocar exercícios físicos na minha rotina;
Recomeçar o curso de inglês e me dedicar muito a ele;
Estudar espanhol, em casa;
Fazer um filho (só no final do ano);
Viajar, para perto algumas vezes e para longe, pelo menos uma;
Ir mais ao cinema;
Tomar menos coca light;
Comer melhor;
Escrever mais aqui;
Viver a leveza, mesmo diante de dias pesados...

... planos! Agora sim! 2010 começou!