Dois dias de correria das boas. Das boas sim! Eu estava mesmo com saudade de ter que estudar, de discutir coisas, fora da minha lógica utilitária de “o que tenho que ler para fazer isso”.
Estou cursando uma disciplina eletiva para o doutorado e obrigatória para o mestrado, que se chama Pesquisa Qualitativa. Tem uns cinco alunos do doutorado e uns 15 de mestrado. Médicos, psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas... interessante tantas misturas e, mais ainda, o caldo que isso dá.
O Instituto Fernandes Figueira (IFF) hoje é considerado um Instituto Nacional da Saúde da mulher, da criança e do adolescente e parece bem conceituado na FIOCRUZ. O prédio não é muito bonito. Nele, funciona uma hospital/maternidade. Você entra e sempre tem mães, esperando na recepção. Detalhe: ainda não vi nenhum pai (xiiiiii... lá vem a chatice feminista!). Se o prédio não tem nada demais, a paisagem da frente tem muito. O IFF é na praia do Flamengo, uma paisagem de cartão postal.
Ontem, pedi para o táxi me deixar um pouco depois do IFF. Queria poder caminha e olhar a paisagem, pelo menos um pouco. Foi só um pouco, mas deu para sentir uma energia boa e com a cabeça, por alguns segundos, tranqüila, deu também para abrir um sorriso – o primeiro desde que cheguei aqui. Sorri lembrando do quanto foi suado chegar aqui, mas sorri por estar aqui. Lembrei de coisas boas, de pessoas importantes e continuei rindo, até entrar no prédio.
Foi um dia de aulas, começando pele ex-ministro da saúde e terminando pelo meu orientador, que por sinal é um querido. Voltei para casa cheia de coisas para ler, mas o turbilhão de coisas que estão acontecendo na minha vida não permitiu que eu fizesse com a qualidade que esperava. Dormi triste, com um pouco de culpa, mas acordei decidida a correr atrás do tempo perdido. E corri!
Não só corri como decidi que não vou deixar que nada estrague esses dias aqui. Esperei dois anos! Esperei que Gabi crescesse para que Lucas pudesse vim comigo. Achei que tinha que pensar mais no “nós” porque o doutorado e o apoio a ele surgiria como uma necessidade da nossa relação. Esperei dolorosamente, vendo pessoas passarem na frente, vendo espaço que podiam ser meus sendo preenchidos. Esperei, mas agora não vou mais esperar.
Lucas não veio comigo. O doutorado não reflete mais um nós. Estou aqui sozinha e a “presença” dele até agora não foi de apoio. Sou eu, comigo e as energias de um punhado de pessoas que disseram “vá... é importante”. Mas vou ficar bem. Eu sei que vou.
Hoje, cheguei em casa mais cedo, com o coração mais protegido contra turbulências. Comprei pão, requeijão Danúbio, queijo minas, morango e uva sem caroço! Subi minha ladeira da misericórdia diária (o prédio que estou é no alto de uma rua), tomei um banho e estou aqui.
Quis escrever, porque um dia quero poder ler isso tudo. Mas tenho que correr: um trabalho para terminar e três artigos para ler.
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